Governador pede apoio da presidente Dilma para solucionar grave problema na agricultura baiana
Prejuízo pode passar de 300 milhões de reais
Nesta safra, a Bahia passa por um momento difícil. Uma praga denominada Helicoverpa Zea, lagarta específica da cultura do milho, este ano avançou para outras culturas do Oeste, principalmente a soja e o algodão, chegando a dizimar algumas áreas e acarretando prejuízos incalculáveis para a socioeconomia local. Por conta desse problema, na semana passada, os produtores da região Oeste se reuniram no município de Luiz Eduardo Magalhães, para discutir alternativas para solucionar o problema.
Após a discussão, os produtores argumentaram ao secretário de Agricultura, Eduardo Salles, que a solução imediata é a aceleração no processo de registro dos produtos agroquímicos, uma vez que não existe nenhum produto desta natureza registrado especificamente no uso dessas culturas, para combater a lagarta. Por vias normais, o registro pode demorar anos para ser aceito, pois depende da aprovação do Ministério da Agricultura, do Ministério do Meio Ambiente, através do Ibama e do Ministério da Saúde, através da Anvisa.
Em função disso, os produtores solicitaram ao secretário da Agricultura que encaminhasse o pleito para acelerar o processo de registro. Nesta quarta-feira (27), Eduardo Salles se reuniu em seu gabinete com o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Cosam Coutinho, que veio à Salvador para discutir o problema e resolver algumas questões sanitárias. Na ocasião, foram delimitadas algumas alternativas e, em função disso, o secretário enviou ofício para o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro e levou o pleito para o governador Jaques Wagner e citou que a solução seria declarar estado de emergência, com o objetivo de acelerar o registro desses produtos agroquímicos, que já tem largo uso e eficiência comprovada em outros países.
Sensível á questão e entendendo que a Bahia é o segundo maior produtor de algodão do Brasil, o governador ligou de imediato para a presidente Dilma Rousseff, explicando a urgência na solução do problema, onde parte significante das culturas de algodão, soja e milho foram perdidas e apelou para que a questão seja resolvida o mais rápido possível. Logo em seguida, o diretor Cosam Coutinho recebeu o retorno da solicitação, através de uma ligação do secretário de Defesa do Ministério da Agricultura, Enio Marques, informando que nesta quinta-feira (28) Coutinho deverá retornar para Brasília para participar de uma reunião com a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), com o diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ABAD) e outras entidades representativas dos produtores, para juntos encontrar a forma mais rápida de encaminhar o problema.
A Helicoverpa e as lavouras baianas
A Lagarta-das-Espigas do milho, como também é conhecida, apareceu no início de 2012 em muitos municípios da região Oeste, expandindo para aslavouras de soja, algodãoe feijão, causando enormes prejuízos. A Helicoverpa prejudica a produção de grãos na safra, pois esta espécie de mariposa tem preferência por atacar as partes reprodutivas das plantas, a espiga (milho), a vagem (soja e feijão) ou a maça (algodão).
Um dos fatores desta disseminação foi à situação climática causando um desequilíbrio ambiental. Os anos-safra de 2011/2012 e o atual 2012/2013 foram bastante atípicos onde algumas regiões tiveram excesso de chuvas enquanto outras foram atingidas por longos períodos de estiagem. "Os maiores prejuízos foram na cultura da soja em mais de 160 milhões de reais", enfatiza o Diretor da Aiba, Júlio Busato, mostrando o potencial destrutivo da Lagarta-das-Espigas quando não controlada de forma eficiente.
Os danos foram potencializados basicamente pela utilização de inseticidas ineficientes no manejo. "Por isso é hora de cuidar e difundir as ações estabelecidas para toda classe produtora, com as recomendações técnicas no combate à praga, para que possamos desfrutarde uma produção de qualidade", afirma a Presidenta da Abapa, Isabel da Cunha, lembrando que na safra atual de 2012/2013 do Estado está com aproximadamente 270 mil hectares cultivados.
Lívia Lemos/Imprensa Seagri
http://www.noticiasdabahia.com.br/ultimas_noticias.php?cod=20531
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