A farsa do anti-semitismo

São Paulo, 18/0-9/2003

São Paulo, 18 de setembro de 2003

Caro (s) senhor (es):

A propósito da decisão do STF sobre a editora de livros anti-semitas (que, na realidade, foram apenas livros anti-sionistas) e não anti-semitas ou antijudaicos, informo-lhes lamentar que nossos juízes e ministros sejam tão ignorantes a respeito deste assunto. Não estou criticando-lhes os aspectos formais do julgamento em si mesmo mas apenas afirmando que não julgaram melhor por não terem mais conhecimento de causa, dada a mistificação e o tabu com que se cerca o sionismo nos dias de hoje. O voto acertado foi o do ministro que afirmou que judeu não é raça. Ao contrário do que disse aquele tribunal, que o problema de ser ou não ser raça aqui é irrelevante (pois a questão racial e étnica no sionismo, esta perversão da cultura do judaísmo), a raça é sim o problema central do sionismo como ideologia. Há alguns anos atrás, em entrevista a um programa de TV, onde foi perguntado sobre a razão de ser do judaísmo como religião, o rabino Henry Sobel afirmou textualmente que “o objetivo do judaísmo era a preservação da raça” (SIC...?!). Frasezinha bem nazista que teria merecido a execração pública se algum alemão a tivesse proferido defendendo sua etnia germânica. Mas o sionismo e seus sequazes podem dizer coisas absurdas que até Deus duvida.

Judeu étnico de nacionalidade brasileira, poliglota (falo 27 idiomas) e doutor em história, sou especialista em línguas, cultura, religiões, história e civilizações do Oriente Médio. Apresentei-me como judeu ético para, de saída, elidir toda e qualquer suspeita deste eventuais leitores deste portal em me rotular como “anti-semita”, palavra aliás que, nos dicionários e enciclopédias, foi monopolizada pela ideologia do sionismo como sendo preconceito “contra os judeus”. E os árabes, não são também povos de etnia e língua semitas? Como não tive tempo de escrever sobre este assunto em estilo de missiva, juntei aqui os tópicos sobre os quais falarei em livro que pretendo escrever, relatando o fato de que os palestinos que vivem no Oriente Médio são, paradoxalmente, os novos judeus em busca de um Estado próprio. Falarei sobre o roubo das terras palestinas pelos intrusos ali colocados e que desalojaram a população árabe-palestina autóctone em nome do vergonhoso e cínico princípio de que a Palestina em 1948 era apenas “uma terra sem povo sendo ocupada por um povo sem terra”. Duas falácias em uma só frase. Falarei de como o sionismo se converteu em uma perversão ideológica do judaísmo, de como o nazismo copiou todos seus subvalores da ideologia sionista, substituindo o mito biológico da “superioridade” racial do “povo escolhido de Deus” pelo mito da superioridade da raça germânica e ariana. Falarei do grande tabu do século XX: Alfred Rosenberg, um dos enforcados em 1946 em Nuremberg como criminoso de guerra, ideólogo do nazismo e xará do casal Julius e Ethel Rosenberg (Rosenberg sempre sobrenome judeu), os que trapiram os EUA revelando os segredos da bomba atômica à extinta URSS, era judeu russo naturalizado alemão, embora este fato tenha sido expurgado de livros e portais sobre o assunto por incomodar profundamente ao “povo escolhido” que se julga “superior” aos gentios. Igualmente devo dizer que NÃO SOU NEM NUNCA FUI COMUNISTA. PORTANTO, ACUSAR-ME DE “ANTI-SEMITA” E DE SIMPATIZANTE DO COMUNISMO . . . NÃO VALE!

Quando vejo as tropas israelenses dinamitando casas de militantes palestinos, que nada mais são do que a Resistência Palestina contra o ocupante nazi-israelense (por que a Resistência Francesa é heróica e a resistência palestina é coisa “de bandido”?) lembro-me logo do episódio do gueto de Varsóvia em 1939. É só substituir os protagonistas nesta estranha ironia da história moderna: em 1939 eram as tropas das Schutzstaffen alemãs desalojando judeus poloneses; na versão moderna do gueto de Ramallah são as tropas das Schutzstaffen de Herr Sharon desalojando as famílias de palestinos, pervertendo assim um dos mais elementares princípios do Direito civilizado: a pena não pode passar da pessoa do delinqüente. Curiosamente, o Führer Sharon alega que “na guerra vale tudo”, esquecendo-se de que, em 1939, os alemãs de Hitler disseram exatamente ... a mesma coisa.

Aqui falarei das Macabíadas, as Olimpíadas étnicas do sionismo, onde “gentios” não podem se inscrever como atletas. Nem os nazistas alemães foram capazes de ir a tanto nas Olimpíadas de 1936, onde o brilhante atleta negro americano Jesse Owens venceu e, principalmente, não teve proibido seu direito de participar pelo fato de ser negro, fato que analogamente aconteceu a um corredor australiano ou neozelandês que foi expulso de uma das Macabíadas porque “não provou cientificamente” (??!!) ser judeu étnico, em vergonhoso exame de seleção racial e “pureza” raciais que nada deve aos nazistas da década de 20 e 30. Mas isto é varrido para debaixo do tapete porque a mídia mundial é propriedade do sionismo ou por ele manipulada. Sempre que se tocam nos crimes do sionismo, vem longo a lenga-lenga do holocausto, palavra esta igualmente monopolizada pelo sionismo em defesa de sua raça dita “superior”, cujos membros adotam o casamento endogâmico (aqui leia-se no conceito racial e não sociológico do termo, ou seja, casamento intrajudaico) para não se misturar com a plebe dos gentios, os não-judeus étnicos.

ANALOGIAS: o fundamentalismo islâmico xiita com tendência ao Estado teocrático e repúdio ao Estado laico é igual ao fundamentalismo sionista, reacionário, ortodoxo, com idênticas tendências teocráticas mas difere do islamismo sunita tolerante, relativamente liberal e tendente ao Estado laico, que é igual ao judaísmo liberal, não ortodoxo. A grande batalha da política interna de Israel é a batalha travada entre as forças do judaísmo liberal que preconiza o Estado laico e as do judaísmo sionista e ortodoxo pela apropriação da máquina política do Estado israelense com vistas a fazer deste um Estado teocrático e fundamentalista-sionista.

As leis étnico-raciais baixadas nos tempos do Antigo Testamento, precursor remoto do milenar conceito do nacionalismo sionista tribal, racista e chauvinista paradoxalmente inspiraram, em idênticos moldes, as denominadas "ethnische Gesetze" (leis étnicas) votadas pelo Parlamento alemão em 1933, já na era do nacional-socialismo. Em ambas eram proibidos, pelos mesmos motivos, ou seja, a preservação da “pureza racial” (judaica e germânica), os casamentos endogâmicos, vedando assim todo processo de assimilação étnica entre os judeus e os gentios ou gohim (םיהוג) – no caso dos judeus – e, no caso das leis alemãs, entre os alemães puros e os povos “impuros”, a saber, os judeus, os latinos, os negros, os eslavos, os ciganos, os asiáticos etc.

Há nos judeus étnicos uma clara propensão à tendência a doenças de fundo circulatório, como flebite, varizes e elefantíase, causadas em última análise pela propensão judaica a repelir o casamento exogâmico com pessoas de outras etnias, o que faz com que, ao defender a endogamia, eles não misturem o sangue da “raça pura” e, destarte, não eliminando os caracteres genéticos negativos e recorrentes. Vivam, neste ponto, nossos colonizadores portugueses e suas furtivas escapadelas noturnas à senzala. Graças a elas, tivemos a mulata, a maior invenção do colonialismo lusitano em terras brasileiras. Digo-o de forma insuspeita, porque minha lusofilia sempre se limitou apenas à literatura portuguesa.

“De forma alguma, disse-o Ben Gurion – o o Estado (sionista) de Israel tem a pretensão de falar em nome dos judeus”. Frase citada no verbete Israel e o Diáspora na Enciclopédia do Sionismo e Israel. Aliás (ninguém fala disto). Ben Gurion já foi terrorista nos anos 30, matando milhares de soldados britânicos que apenas cumpriam, na Palestina, a missão de gerir o Mandato da Liga das Nações visando à transferência daquela região para a formação do Estado de Israel em 1948. Do passado terrorista de Ben Gurion ninguém fala!

Theodor Herzl, o fundador do movimento sionista internacional era ávido e assíduo leitor das obras do conde Arthur de Gobineau e de Howard Stuart Chamberlain, respectivamente um francês e autor da obra "Essai sur l’inégalité des races humaines" e um inglês naturalizado alemão, autor de "Der Grundlagen des neunzehnten Jahrhuhderts" (Os alicerces do s[exulo XIX), ambos tidos como os dois maiores teóricos da “superioridade racial” germânica. Tais idéias, adaptadas à realidade do sionismo e colocando o judeu como “raça superior” foram assimiladas e aproveitadas por Herzl para justificar a “superioridade” étnica do povo judeu. Herzl não sofreu a menor influência do liberalismo emergido da Revolução Francesa consagradora da igualdade entre os homens mas sim da filosofia alemã de Hegel, Treitschke e Lessing, que endeusavam o super-humem germânico ariano. Enquanto o judaísmo liberal e não ortodoxo erigiu como protótipo do homem moderno civilizado o tipo liberal-universalista emergido da Revolução Francesa, o sionismo e sua ortodoxia se apegaram ao hermético conceito germânico e mais tarde nazista do vínculo entre volks (povo), blut (sangue) e land (terra). A pátria alemã (a Vaterland dos pan-germanistas de 1914 e os nazistas de 1933) e seus vínculo de sangue com o cidadão, de que Hegel tanto falara, ressurge na relação orgânica entre o povo escolhido e a Eretz Israel (a pátria simbólica). Enquanto o judeu aberto, liberal, moderna e abertamente interpreta a Canaã como sendo qualquer nação ponde possam viver em paz com os outros povos “gentios” respeitando-os e por eles sendo respeitado, o sionismo reacionário e atávico faz de Israel a reedição do milenar sonho de soerguimento do antigo reino de Salomão.

O nacional-socialismo alemão nada mais fez do que meramente copiar esta teoria do judaísmo-sionista, substituindo o mito religioso judaico (com rasgos étnico-raciais) do “povo eleito por Deus” pelo mito biológico, não religioso da “superioridade” da etnia germânica-ariana.

Alfred Rosenberg, um dos top leaders do nazismo, “ideólogo“ do Partido Nazista e ele próprio judeu russo (só se soube isto em 1985, embora seu sobrenome jamais tivesse deixado dúvidas!) confessou este fato no Tribunal de Nuremberg mas os Aliados proibiram a publicação deste fato para não abalar a desacreditar a velha farsa sionista de que o judeu sempre foi o povo “agredido”. Hoje o governo alemão encontra-se sob fortíssima pressão das organizações sionistas internacionais no sentido de que não se publiquem os documentos secretos de Nuremberg que abordem o outro lado da história, ou seja, os argumentos da defesa apresentados no tribunal de guerra, exatamente por serem os mesmos altamente comprometedores para o sionismo. Entre estes fatos encontra-se a existência, no seio do exército alemão, do chamado Jüdischamt, ou seja, o Escritório Judaico, que tinha conhecimento de fatos que, antes da guerra e durante ela vinculavam o sionismo ao nazismo em vários aspectos políticos, econômicos e comerciais. Um deles foi o encontro secreto, em Zurique, entre dirigentes sionistas e Heinrich Himmler, o segundo na hierarquia do nazismo alemão, para que o governo do II Reich “apertasse” ainda mais o anti-semitismo para forçar os judeus alemães a emigrar para a Palestina, operação a que o sionismo cinicamente chamou de “mandar um povo sem terra para uma terra sem povo”. Duas sórdidas mentiras em uma só frase: os judeus não eram um “povo sem terra”, pois podiam viver onde quisessem respeitando a lei de suas pátrias de nascimento e nem a Palestina era uma “terra sem povo”, pois nela já habitavam, desde os tempos do Império Romano, a população árabe autóctone. Outros fatos, dentre tantos, foram a revelação de que firmas norte-americanas de propriedade de judeus americanos (inclusive a Stardard Oil of New Jersey, da família Rockfeller) e banqueiros como a casa bancária Kuhn & Loeb Ltda., de Nova Iorque, respectivamente forneceram gasolina refinada aos nazistas e investiram na Alemanha não só antes mas, sobretudo, durante a guerra (!). Também revelaram fatos anteriores ao nazismo mas que tinham conexão indireta com ele, como o fato de que a Revolução Bolchevista em 1917 na Rússia havia sido financiada pelo banqueiro judeu-americano Jacob Schiff. Nada a admirar: afinal toda a cúpula da liderança revolucionária russa – Trotsky, Lunatcharsky, Kamenev, Kalinin eram judeus russos e bolchevistas fanáticos.

Falar das Macabíadas, as Olimpíadas judaicas organizadas pelo sionismo. Nelas só se permite a participação de atletas e desportistas pessoas comprovadamente judeus étnicos, fato que é “conditio sine qua non” para a inscrição do atleta. Nem os nazistas nas famosas Olimpíadas de Berlim em 1936 chegaram a tanto! Jesse Owens, o famoso corredor negro americano vencedor da prova dos 100 metros rasos em momento algum foi proibido de competir pelo fato de ser negro. O que diriam os sionistas se nós cristãos criássemos as “Olimpíadas da Cristandade” e proibíssemos que nelas competissem atletas judeus, muçulmanos, budistas, ateus ou espíritas? Nós seríamos chamados de nazistas. Ou se, pior ainda, em vez de Olimpíadas cristãs no sentido religioso, optássemos pelo conceito étnico e fizéssemos as “Olimpíadas dos Gentios”, nelas proibindo a entrada de judeus? O que eles diriam? Mas eles, os sionistas, membros privilegiados da “elite racial” abençoada por Deus em caráter de exclusividade, podem fazer suas Macabíadas raciais e ninguém pode falar nada porque a mídia mundial está nas mãos do sionismo ou por ele é controlada e manipulada. E aos que nisto falarem resta a acusação de “racistas” (logo eles acusando os gentios disto?) ou de “nazistas”. O sionismo fez do judeu um ser estigmatizado e em torno a ele criou o maior tabu da história humana. Há alguns anos atrás um desportista – parece-me que australiano ou neozelandês, não me lembro – inscreveu-se – por puro espírito desportivo – para disputá-las em Israel, ganhou uma prova mas foi desclassificado quando uma comissão de médicos examinou-o e descobriu que ele não era judeu étnico e que mentira para poder participar da competição. Um fato como este só tem paralelos na Alemanha nazista, quando médicos e antropólogos recorriam a exames de antropometria para saber se o cidadão era mesmo alemão, judeu ou “mestiço” de semita e germânico, classificando-o segundo o seu grau de “pureza étnica” para poder determinar seus direitos como cidadão do Reich, fato que tinha conseqüências jurídicas e condicionava para sempre a vida do cidadão. Um absurdo!

O “perigo” para o judaísmo, segundo a elite sionista, não é o “anti-semitismo” (prefiro usar o termo antijudaísmo pois o termo anti-semitismo abrange igualmente os árabes, embora o sionismo tenha se apropriado do termo em caráter de exclusividade) mas sim a assimilação, que tem nos casamentos exogâmicos sua materialização. O judaísmo, na estreita visão do sionismo, ultrapassa os limites de uma mera religião e cultura buscando a preservação da ”pureza racial judaica” (isto é discurso nazista!), transformando-se em ideologia política.

Talvez tenha razão o Padre Gaston Fressard quando afirmou em sua obra Les Idéologies Totalitaires et Leur Sens Religieux, que “...do ponto de vista histórico-teológico devemos compreender os objetivos do nacional socialismo alemão como querendo recuar violentamente ao tempo anterior à era cristã e mesmo anterior à própria religião judaica revelada, opondo a raça germânica ao povo escolhido de Deus, destarte pretendendo “provar” a “superioridade” da elite racial germânica sobre as demais etnias. O fato teológico, portanto, deveria ser eliminado para dar lugar à realização do mito biológico”.

Flávio José, o famoso historiador judeu antigo, autor de “Antigüidades Judaicas” e “História do Povo Judeu”, afirmava que ”a mais ineficaz maneira de eliminar os judeus é persegui-los, pois a perseguição deles opera exatamente o efeito contrário de acelerar os fatores de coesão da raça’’”. “Contrariamente, continuava ele, a maneira mais eficaz de acabar com os judeus é deixá-los em paz. Se deixados em paz, nós cairemos na assimilação e nos diluiremos no mundo dos gentios pelos casamentos mistos e perderemos contato com nossas raízes”. Sabedor disto, não é de admirar que Herzl e os teóricos do sionismo não só tenham percebido o perigo da assimilação e dos casamentos exogâmicos como, igualmente – e de forma maquiavélica – tenham dito expressamente que, “ao acelerar a perseguição aos judeus, o anti-semitismo (leia-se aqui, segundo eu mesmo, antijudaísmo), longe de prejudicar a raça, milita em favor desta, justamente por terem as perseguições antijudaicas o efeito de, por instinto de sobrevivência, reunir ainda mais os judeus em torno a seus valores morais, culturais e religiosos”. Portanto, do ponto de vista do antijudaísmo histórico, o erro capital dos inimigos do judaísmo foi, paradoxalmente, o de ter perseguido os judeus em vez de deixá-los em paz e permitir sua lenta e inexorável assimilação no mundo dos gentios, dos gohim. Aqueles que os perseguiram com esperança de acabar com eles revelaram não ter o menor conhecimento de como funciona o inconsciente coletivo sionista.

SIONISMO E MANIPULAÇÃO SEMÂNTICA – possuo, entre outras, uma Enciclopédia Koogan Larrouse, editada pelo falecido Abraham Koogan, judeu armênio radicado no Brasil. Nada contra um erudito que edita enciclopédias mas repudio o uso delas como instrumento de manipulação semântico-ideológica. Como judeu sionista que ele foi e no melhor intuito de preservar a imagem da “super-raça” judaica, a obra do Sr. Koogan é um cínico exemplo de manipulação semântica a serviço de uma ideologia duvidosa. Nos verbetes relativos aos judeus que deram notáveis contribuições à humanidade, ele enfatiza em sua obra os aspectos positivos do personagem mas quando o judeu tem aspectos negativos e mazelas, ele adota duas táticas: ou revela o fato e se omite em afirmar que o personagem é judeu ou então menciona que ele é judeu mas omite suas mazelas. Assim, por exemplo, no verbete Félix Mendelshon Bartholdy lê-se “grande compositor judeu alemão do período romântico da música ... etc”; no de Albert Einstein lê-se “físico e matemático judeu alemão, autor da famosa Teoria da relatividade ... etc”; no de Karl Marx lê-se “filósofo alemão de origem judaica, fundador do denominado socialismo científico ... etc”. Mas no de Béla Kun lê-se “judeu húngaro, líder da malograda Revolução Comunista húngara ... etc”. Mas como afirmou sua condição de judeu, não mencionou que Kun foi um tirano bárbaro que implantou um breve mas cruel período de terror revolucionário na Hungria de 1919. Período de terror? O “povo escolhido”, “elite racial” da humanidade não faz “estas coisas”! A mesma omissão no verbete de Lazar Kaganovitch, comissário do povo na Ucrânia e que perseguiu e executou milhares de cristãos católicos cranianos e membros do exército menchevique durante a Guerra Civil russa de 1919 a 1923. No verbete ele é referido apenas como “político soviético de origem judaica.” De seus crimes nem uma só linha, a bem da verdade. Por razões desconhecidas, ele adotou o outro método no verbete de Lavrenti Beria, onde consta como tendo sido “marechal do Exército Vermelho, ex-ministro do Interior da União Soviética e chefe da temível KGB soviética e responsável pela execução de milhões de russos, entre dissidentes políticos, inimigos em potencial do estalinismo ou qualquer outra coisa”. Neste verbete, o respeitável enciclopedista assumiu os crimes de Beria mas omitiu a principal informação: Beria era um cidadão russo de origem ... judaica. Assim funciona a máquina de manipulação semântica e ideológica do sionismo; é assim que ela tenta vencer (e consegue) a batalha cultural. Os sionistas – meus caros - também lêem Gramsci. Ou o uso dos métodos gramscianos são monopólio das esquerdas? O judaísmo liberal e decente afirma (como eu, você (s) e qualquer outra pessoa também) com inteira lógica, que pessoas cruéis, más ou sem caráter existem em qualquer lugar do mundo, independentemente de sua cor, raça, religião, credo político ou classe social, pois os defeitos inerentes à pessoa humana são problemas morais e não religiosos, políticos etc. Mas do alto de sua arrogância e prepotência, o sionismo precisa manter aceso e bem vivo o mito da ”superioridade” da super elite racial judaica, “superioridade” que não se limita apenas aos aspectos raciais e culturais mas igualmente aos morais. Isto faz parte da manipulação ideológica do sionismo em eternizar o mito do eterno “povo agredido”. Nós (os judeus, dizem eles) somos os “bonzinhos” da humanidade: “vilões” são os gentios. Nós não cometemos crimes, assassinos são os outros, os gohim. Mas uma simples leitura nas sangrentas páginas do Antigo Testamento permeadas pelo rancor e pela ira do Jeová bíblico, desmentem esta deslavada mentira realimentada ao longo de séculos pela máquina da propaganda sionista. Leia-se, por exemplo no livro de Josué o triste episódio da tomada de Jericó pelos judeus comandado pelo “Senhor dos Exércitos” (atualmente leia-se Ariel Sharon). A matança de jovens, velhos, mulheres e a degola de crianças de colo tem todas as características de crueldade e credencia o povo judeu ao triste epíteto de ter sido o povo mais genocida da história humana. Quase todo o Antigo Testamento nada mais é do que a história – escrita em sangue – de um povo autoproclamado “eleito” por Deus. Povo este que massacrou populações inteiras para fazer valer seus desígnios. Amorreus, amalecitas, moabitas, cananeus etc, todos pereceram ao cruel fio dos implacável membros da casa de Davi.

Ao contrário do que geralmente se crê nos meios leigos em assuntos judaicos, a questão messiânica não é o ponto central da questão judaica. No judaísmo liberal, principalmente por influência de seu fundador, o filósofo racionalista Moses Mendelshon (pai do famoso compositor Félix Mendelsohn), o conceito messiânico tem sido interpretado como sendo não causado pela vinda de um rei libertador mas sim um conceito abstrato e metafísico, materializado historicamente uma era de paz e prosperidade para todos os homens, que viverão em harmonia entre si, respeitando a religião dos outros e tendo a sua também respeitada. Dois são, no meu entender, os pontos cruciais do judaísmo, o primeiro vinculado ao cristianismo e o segundo com reflexos diretos na atualíssima questão do Oriente Médio. A primeira, que tangencia o cristianismo em si mesmo, diz respeito ao fato de que, ao abrir as portas à universalização do conceito do Deus único, o cristianismo feriu de morte o monopólio” judaico do Deus “particular” de um povo. Em outras palavras, o cristianismo “socializou” o Jeová até então “privatizado” pela religião judaica, desferindo um golpe de morte no exclusivismo chauvinista do milenar nacionalismo judaico, tribal, hermético, exclusivista, patriarcal e machista. Tivesse o judaísmo se aberto às outras raças e povos e o judeu teria possivelmente chegado, até como liderança moral, à estruturação de uma sociedade internacional e universalista-humanista pela mera força de sua concepção ética da divindade. Mas impediram-no tal destino seu proverbial orgulho, seu egoísmo, seu hermetismo exclusivista e seu nacionalismo tribal e primitivo, pois o judeu fez do Jeová um Deus exclusivo de seu povo “eleito” e não o Deus verdadeiro de toda a humanidade. O universalismo cultural e a igualdade jurídica das nações, princípios básicos de uma ordem normativa internacional pacífica não podiam, sob o judaísmo, vingar por falta de uma base axiológica comum. O segundo aspecto é a questão geográfica, a Canaã, o retorno a Eretz Israel, à Terra de Israel, à Terra Prometida. O judaísmo ainda poderia discutir a questão messiânica, alterar seu conceito ou ainda, como fizeram as correntes mais liberais do judaísmo despersonalizar o conceito messiânico, poderia encontrar pontos de contato com o mundo não-judeu, entender-se socialmente com pessoas de outras religiões em questões assistenciais, filantrópicas e sociais que não se vinculassem a assuntos religiosos; porém jamais fará o judaísmo (e neste ponto judeus liberais e judeus sionistas se unem) qualquer concessão a uma reinterpretação geográfica no sentido de que a Canaã fosse outro lugar que não as terras da Palestina bíblica. No século XIX em vão o barão Moritz von Hirsch, um milionário judeu alemão, comprou imensas terras na região da Mespotâmia argentina (província de Entre Rios) para ali fundar um Estado judeu, longe dos conflitos e problemas do Oriente Médio, então campo de atritos entre os colonialismos britânico e francês.

Nenhum judeu se interessou em ir para lá. Na década de 1930 Stálin criou na parte central da Sibéria soviética a região do Birobaidjão, também destinada a ser a solução para a questão judaica na Rússia e até no resto do Diáspora. O lugar era fértil, muito maior do que atual Estado de Israel e igualmente distante dos problemas do Oriente Médio. Nenhum judeu quis ir para lá e a região hoje é ocupada por russos vindos da parte européia do país. Nada adiantou. A patológica obsessão judaica pelo conceito geofísico da Canaã bíblica, que levou o movimento sionista internacional a desalojar dali a população árabe autóctone, constitui hoje o barril de pólvora da humanidade, eterna fonte de conflitos e provavelmente matriz geradora da III Guerra Mundial que vem por aí (alguém duvida disto?). Por causa da obsessão de um povo arrogante, prepotente, presunçoso e belicoso toda uma humanidade com seus mais de 3 bilhões de habitantes poderá ser mergulhada em um conflito de proporções imagináveis, tudo porque o judaísmo não abre mão da reconstituição de um sonho milenar e de retomar terras que já perdera nos primórdios da história humana. Ora, se formos devolver a César o que é de César, já pensaram se o Brasil tivesse de devolver aos países de língua espanhola todas as terras situadas a oeste da linha de Tordesilhas? E se os EUA tivesse de devolver ao México os estados do Novo México, Texas, Arizona e a Califórnia que os EUA roubaram do México naquela guerra suja de 1848?

Israel é a “vitrine” do sionismo internacional. Mesmo se lá houvesse paz, se fosse o “paraíso” que o sionismo tanto apregoa aos sete ventos, como se explica que a maioria dos judeus do mundo (62%) vivem – e muito bem – no Diáspora, como cidadãos de outros países? E, mais importante ainda, estes 62% visitam Israel, revêm seus parentes que vivem lá mas nenhum judeu sensato troca a paz, a posição social e a tranqüilidade que desfrutam em seus países de origem pelo caos que representa viver o sonho judaico-sionista na Palestina. Israel é o marketing do sionismo mas os 62% dos judeus que vivem fora de Israel é a maior prova de que a felicidade do povo judeu está fora de Israel e que a verdadeira Canaã não é o espaço físico e geográfico da velha Palestina bíblica; a verdadeira Canaã pode ter vários nomes, pode se chamar Estados Unidos da América, Brasil, França ou qualquer outro país onde o povo judeu possa viver em paz (algo inexistente na Canaã geográfica), respeitando e sendo respeitado, convivendo na sociedade dos “gentios” e nela aculturando-se. Um judeu amigo meu me disse que a verdadeira Canaã é o Brasil. O mesmo ele poderia dizer da América, da Islândia, do Marrocos ou da Austrália. Para qualquer judeu aberto, não sionista e não chauvinista a Canaã é um conceito meramente emocional, é um estado de espírito, não um território físico ligado a um atavismo histórico e geográfico ultrapassado.

É o que tinha a dizer. Espero que de tais informações totalmente à margem da “verdade oficial” e da máscara do sionismo, vocês tenham uma chance de repensar a questão judaica, ou melhor dizendo, a questão sionista à luz de uma nova visão.

Atenciosamente

Hektor Leibowitz Pankisch São Paulo - SP

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