A partir de hoje, Lisboa acolhe o Village Festival, que inclui o I Festival Europeu de Cinema Digital a que concorrem 28 películas, sendo Espanha o país convidado.
100% digital é esta definição rigorosa que distingue a vertente cinematográfica do LVF das "restantes mostras e 'workshops' de cinema digital já existentes", nas palavras de Marco Espinheira, director do certame. Esta é a segunda manifestação artística do género à escala mundial, logo após o japonês Skip City, um parceiro privilegiado desta edição inaugural. "Desde o início falámos com o Skip City com a ideia de fazer uma edição na Europa". Fruto da diversificação cultural desejada pelos organizadores nacionais, o rumo acabaria por ser outro mas "manteve-se um intercâmbio e proximidade" com os nipónicos que contribuem com alguns títulos importantes que passaram já no Japão.
O I Festival Europeu de Cinema Digital divide-se em duas secções, Curtas e Longas-Metragens: à primeira concorrem 19 películas, entre elas seis portuguesas, e à segunda nove, sendo uma nacional, realizada por Nuno Jardim e Hugo Diogo.
O Festival é inaugurado no Teatro São Luiz pela actriz norte-americana Mia Farrow e o presidente da Câmara Municipal. Mia Farrow é musa de Woody Allen durante a década de 80. Hoje, a artista está mais dedicada a causas humanitárias como Embaixatriz da UNICEF. É assim que chega a Portugal, vinda da região devastada de Darfur, no Sudão. Além de abertura do festival amanhã de manhã, marca ainda presença numa sessão oferecida a crianças hospitalizadas do filme "Red Riding Hood".
Em seguida será exibida a curta-metragem "Um ano mais longo" do português Marco Martins. É o único filme agendado para o primeiro dia do LVF mas, ao longo dos próximos quatro dias, não faltam propostas de relevo entre as nove longas e 19 curtas programadas.
Poder-se-ão ver também "Bubble", de Steven Soderbergh, arquétipo recente da nova produção digital que ensaiou sem sucesso um novo modelo de distribuição multi-plataforma. Este filme é o que suscitará mais interesse, não apenas pelo peso comercial do seu autor mas também porque o filme dificilmente chegará às salas.
Vale a pena ver "One last thing", de Alex Steyermark, que conta com a presença no elenco de Cynthia Nixon, a Mirande de "O sexo e a cidade".
Durante o Village Festival, até 26 de Junho, acontecerão duas ante-estreias mundiais, e a primeira exibição em Portugal do último filme de Pedro Almodôvar, "Volver", com a participação, entre outros, de Penélope Cruz e Carmen Maura.
Uma das ante-estreias, marcada para quinta-feira, no Cinema S. Jorge, é "Red Riding hood" (foto), uma versão musical da história infantil "O Capuchinho Vermelho", de Randal Kleiser, o realizador de "Grease" e "Lagoa Azul", que estará presente na sessão.
No dia seguinte, na mesma sala, será exibida a outra ante-estreia mundial, "Miriam", de Matt Cimber", que estarão igualmente presente.
Todos os filmes a concurso serão exibidos em horários diferentes no cinema São Jorge, teatro Maria Matos e sala 4 do Centro Comercial Vasco da Gama.
A entrega dos prémios decorrerá dia 25 no Teatro Municipal S. Luiz, num espectáculo de gala que será transmitido pela RTP1.
Village Festival integra ainda exposições de pintura, desenho e fotografia, que estarão patentes até Julho em diferentes galerias da capital de Portugal.
Organizado por uma empresa privada num "investimento calculado, mas grande", o Festival conta com o patrocínio da Câmara de Lisboa, e a edição do próximo ano já está garantida. A intenção é crescer em termos de programação, "mas não muito. Certamente não ultrapassar os cinco diasl ".
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