Em 2022, uma imagem criada por uma inteligência artificial venceu um concurso de arte nos Estados Unidos — sem que os jurados soubessem que não foi feita por um humano. A obra, gerada por meio do software Midjourney, despertou polêmica: a criatividade estaria sendo tomada pelas máquinas? E o que isso nos diz sobre o futuro da arte?
Nos últimos anos, ferramentas de IA como DALL·E, Midjourney e Stable Diffusion evoluíram rapidamente. Elas conseguem criar imagens impressionantes a partir de comandos em linguagem natural, reproduzindo estilos clássicos ou inventando novas estéticas. Mais do que “copiar”, essas redes neurais estão sendo capazes de compor, interpretar e emocionar.
Tradicionalmente, acreditava-se que a criatividade era uma qualidade exclusivamente humana. No entanto, algoritmos treinados com bilhões de imagens e estilos artísticos conseguiram combinar elementos de forma tão original que se tornaram indistinguíveis do trabalho de artistas experientes. Um artigo recente afirma que a IA está redefinindo os limites da autoria e da originalidade.
Apesar disso, especialistas alertam: a inteligência artificial não “cria” com intenção. Ela gera resultados a partir de padrões aprendidos. O toque humano — com suas imperfeições, emoções e subjetividade — continua sendo insubstituível, especialmente em contextos culturais e sensíveis.
Em vez de eliminar profissões criativas, a IA tem sido usada como ferramenta de amplificação. Designers, ilustradores e cineastas já utilizam IA para esboços rápidos, variações de conceito ou testes visuais. A tecnologia acelera processos, mas ainda depende da visão e curadoria humanas.
Ao invés de uma ameaça, a IA pode ser vista como um novo pincel — poderoso, sim, mas que precisa de mãos humanas para expressar propósito. E talvez, no futuro, as melhores obras sejam aquelas nascidas dessa colaboração híbrida entre homem e máquina.
Afinal, o que é arte senão a tentativa de expressar algo inédito com os recursos do nosso tempo?
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