Envelhecer é um privilégio, mas no Brasil, também é um desafio financeiro cada vez maior. A terceira idade exige cuidados específicos, despesas médicas crescentes e adaptações no estilo de vida que, muitas vezes, não cabem no orçamento do aposentado médio. Você sabe quanto custa, de fato, envelhecer com dignidade no país?
Segundo dados do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), pessoas com mais de 60 anos gastam, em média, de 2 a 3 vezes mais com saúde do que adultos mais jovens. O principal vilão? O plano de saúde, cujos reajustes para idosos podem ultrapassar 100%, mesmo com regulamentações da ANS. Muitos aposentados chegam a comprometer 40% da renda apenas com esse item.
Além disso, entram na conta medicamentos de uso contínuo, consultas particulares, exames frequentes e atendimentos emergenciais — sem contar os gastos com cuidadores, profissionais de enfermagem e equipamentos de apoio, como cadeiras de rodas ou camas especiais.
À medida que envelhecemos, o lar também precisa mudar. Adaptar banheiros, instalar barras de apoio, eliminar degraus e garantir segurança custa caro. Em muitos casos, famílias recorrem a instituições de longa permanência — conhecidas como casas de repouso —, cujo valor mensal pode variar de R$ 2.000 a R$ 7.000, dependendo da região e dos serviços oferecidos.
Para quem prefere envelhecer em casa, o custo com cuidadores particulares também é elevado: pode ultrapassar os R$ 3.500 por mês em período integral.
Com o valor médio da aposentadoria girando em torno de um salário mínimo (R$ 1.412 em 2025), muitos idosos enfrentam dificuldades para cobrir despesas básicas. Isso obriga filhos a complementarem a renda dos pais ou idosos a continuarem trabalhando após os 65 anos.
Especialistas em finanças alertam: quem não se planeja com antecedência pode enfrentar sérios apertos na velhice. Investimentos, previdência privada e mudanças de hábitos são estratégias fundamentais para garantir autonomia e bem-estar no futuro.
Conclusão: envelhecer com dignidade exige mais do que sorte ou desejo — exige planejamento e políticas públicas eficientes. Conhecer os custos da terceira idade é o primeiro passo para construir um futuro mais justo, humano e financeiramente viável para todos.
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