Fazer as malas, pegar a estrada — e ir sozinho. O que antes era visto como ousadia, hoje virou tendência crescente entre viajantes brasileiros. Viagens solo ganham espaço não só entre jovens mochileiros, mas também entre mulheres, profissionais em transição de vida e até aposentados. Mas por que tanta gente está escolhendo viajar só?
De acordo com dados do Google Trends, buscas por “viagem solo” cresceram mais de 80% nos últimos dois anos. O fenômeno vai além do turismo: é uma experiência de autonomia, autoconhecimento e liberdade emocional.
Viajar sozinho significa escolher seus horários, seus ritmos, seus destinos — sem negociação. “É um raro momento onde você escuta mais a si mesmo do que aos outros”, diz a psicóloga e viajante solo Renata Amorim. A ausência de companhia força o viajante a se reconectar com seus próprios desejos.
Além disso, o contato com o desconhecido estimula a coragem e a criatividade. Pessoas tímidas relatam maior abertura para conversar com estranhos, pedir ajuda ou fazer amizades espontâneas. Em lugares como o Atacama, o sudeste asiático ou o litoral nordestino, grupos de viajantes solitários se formam com naturalidade.
Claro que viajar sozinho também tem desafios: lidar com imprevistos, fazer escolhas sozinho e encarar momentos de solidão. Mas muitos dizem que é justamente nesses momentos que acontece a transformação. Um artigo destaca que experiências solo fortalecem a autoestima e criam memórias mais vívidas.
Em tempos de hiperconectividade, a viagem solo surge como uma forma de descompressão existencial. Estar só, longe de ser vazio, pode ser expansivo. E é no silêncio da estrada que, muitas vezes, ouvimos com mais clareza quem somos de verdade.
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