'Ninguém me Contou, eu Vi'. Um livro de Sebastião Nery
Valci Barreto*
Adaptei-me bem à leitura em livros digitais, especialmente no aparelho KINDLE, do AMAZOM. Foi através deste site que adquiri a obra de Sebastião Nery, NINGUÉM ME CONTOU, EU VI.
No curso ginasial , fui aluno da sua irmã, querida Tereza Nery, de quem recebi de presente o livro SEPULCRO CAIADO, autografado pelo próprio, lembrando até hoje da citação bíblica ...sois sepulcros caiados....,escrita na primeira página do livro, e seus polêmicos e geniais textos retratando seus embates com Juracy Magalhaes.
NINGUEM ME CONTOU, EU VI, como todo livro de Sebastião, tem muita política, estória, história, humor, documento. Li -o com o prazer que nos provocam todos os seus escritos.
As apresentações , contidas no livro, a respeito de Sebastião, já vale a pena tê-lo em nossa companhia.
A entrevista que ele faz ao jornalista HELIO FERNANDES, aquele que era preso quase todos dias no governo militar, vale por um curso ou pelo menos um semestre do que era o jornalismo, jornalista , jornais, e política à época.
Uma história sempre leva a outra. Gosto de biografia . E as escritas por ou a respeito de vidas de jornalistas são, para mim , as mais interessantes, sobretudo as autobiografias.
É que estes profissionais não somente têm uma vida de movimento permanente , como pensam , escrevem, participam da intimidade de grandes momentos e personagens da história de qualquer época. E Sebastião é um dos que mais se movimentou, circulou, escreveu , palestrou, viajou, vivenciou as entranhas de mudanças em nossa história política, desde a sua adolescência até os tempos de hoje.
NINGUEM ME CONTOU EU VI, não pode deixar de ser lido por quem gosta de POLITICA, JORNAL, REVISTA, ESTÓRIAS, HISTÓRIA, sobretudo a história política de Vargas até o governo Dilma.
A aula do que é o espírito de jornalista, na entrevista que ele faz com HELIO FERNANDES, do jornal TRIBUNA DA IMPRENSA, é a contação de uma história de vida, de jornalismo, desde o momento de pensar para escrever, escrever , editar , publicar , distribuir, vender o jornal.
Estamos falando do jornalismo de antes das redes sociais , mas cujos princípios, lições continam valendo para os dias de hoje.
Tudo igual, faltando apenas a impressão em papel.
Jornal impresso está morrendo. Como será o futuro, não se sabe. Mas a notícia, o fato, a idéia e o conteúdo permanecerão. E esta é a parte que mais interessa ao leitor. E a que mais está presente em NINGUEM ME CONTOU , EU VI.
Ninguém me contou, eu vi « Geração Editorial
Na obra, Sebastião conta o que diz o título. E um dos casos mais hilariantes foi o enterro da gatinha de JANIO QUADROS, com um Jânio choroso, lacrimoso, com pessoas acompanhando o velório no jardim da casa do "homem da vassoura", entre elas o próprio autor.
Indico a leitura em qualquer tempo. Mais ainda nestes de corona , recolhimento social e agitação de toda ordem nas redes sociais.
*Valci Barreto, jornalista, advogado e aprendiz de tocar violão
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