Urso polar encontra pinguim? A verdade surpreende — e derruba um mito popular

Filmes, desenhos animados e cartões postais nos ensinaram a imaginar ursos polares e pinguins convivendo lado a lado em paisagens congeladas. Mas será que isso realmente acontece na natureza? A resposta é curta, direta — e surpreendente: não.

Na vida real, ursos polares e pinguins habitam extremos opostos do planeta. Um vive no Ártico, no Hemisfério Norte; o outro, na Antártida e regiões austrais do Hemisfério Sul. Nunca se encontram em estado selvagem — a menos que estejam em zoológicos ou montagens fotográficas.

Essa separação geográfica explica por que essas duas espécies nunca interagiram naturalmente. E isso tem consequências profundas para o equilíbrio ecológico de seus respectivos ambientes.

Onde vivem os ursos polares

Os ursos polares (Ursus maritimus) são nativos do Ártico, região que abrange partes do Canadá, Groenlândia, Rússia, Alasca e Noruega (Svalbard). Eles vivem sobre o gelo marinho e dependem dele para caçar focas, sua principal fonte de alimento.

Adaptados ao frio extremo, possuem camadas densas de gordura e uma pelagem espessa que os protege e camufla. São nadadores exímios, capazes de percorrer longas distâncias em águas congelantes.

Onde vivem os pinguins

Já os pinguins são encontrados exclusivamente no Hemisfério Sul — e, sim, a maioria vive na Antártida. Mas também há espécies em ilhas austrais, como nas Malvinas, Galápagos, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia.

Os pinguins não voam, mas são mergulhadores habilidosos. Alimentam-se de peixes e crustáceos, formando grandes colônias em locais isolados. Seus predadores naturais são aves marinhas e leões-marinhos — nunca ursos.

Por que esse mito é tão comum?

A imagem do "pólo congelado" é frequentemente generalizada. Como ambos vivem em regiões frias, a associação visual se tornou comum. Filmes e propagandas reforçaram esse imaginário, apesar da completa separação geográfica entre eles.

Além disso, o contraste entre o branco do urso e o preto-e-branco do pinguim funciona bem em termos simbólicos — mas não se sustenta cientificamente.

O que aconteceria se se encontrassem?

Num cenário hipotético, um urso polar provavelmente veria o pinguim como uma presa fácil. Pinguins não possuem mecanismos de defesa contra predadores terrestres tão grandes, e nunca evoluíram com esse tipo de ameaça por perto.

Felizmente — ou infelizmente — esse encontro nunca acontece fora da ficção. E, dadas as mudanças climáticas, talvez isso continue assim por razões ambientais ainda mais sérias.

Portanto, da próxima vez que vir um pinguim e um urso no mesmo cartão de Natal, saiba que eles estão — literalmente — a mundos de distância.

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Author`s name Petr Ermilin