Um evento cósmico raro e espetacular acaba de ser registrado por astrônomos da NASA: duas galáxias colidiram em alta velocidade, gerando um dos quasars mais brilhantes já observados. Esse fenômeno ocorreu a mais de 10 bilhões de anos-luz da Terra e oferece uma janela única para entender os estágios iniciais da formação do Universo.
Os quasares são fontes de luz extremamente poderosas localizadas no centro de galáxias ativas, alimentadas por buracos negros supermassivos que absorvem matéria em velocidades impressionantes. O atrito e o aquecimento dessa matéria geram uma luminosidade tão intensa que pode ofuscar até bilhões de estrelas juntas.
O que torna esse caso especial é que os cientistas conseguiram flagrar o momento exato da colisão entre as galáxias, algo extremamente difícil de registrar com tamanha precisão. Os dados indicam que a interação entre os campos gravitacionais intensificou o fluxo de gás e poeira em direção ao centro comum das duas galáxias, ativando o buraco negro e formando um quasar em pleno processo de crescimento.
Os especialistas chamaram o fenômeno de "duelo cósmico", já que os fluxos de radiação liberados pelo quasar se estendem em direções opostas, como se as galáxias estivessem trocando tiros de luz. A energia liberada é tamanha que pode interferir no nascimento de novas estrelas nos arredores.
Esses dados ajudam os cientistas a entender como galáxias evoluem ao longo do tempo, principalmente nos estágios mais remotos da história do cosmos. Quando galáxias se fundem, elas não apenas trocam matéria e estrelas, mas também alteram a dinâmica gravitacional, influenciando todo o ecossistema galáctico.
Além disso, observar um quasar em formação é como testemunhar uma explosão de luz do passado, já que sua radiação viajou por bilhões de anos até alcançar nossos instrumentos. É como olhar uma fotografia antiga — só que tirada com tecnologia de ponta.
Segundo a NASA, a descoberta foi possível graças à combinação de dados do telescópio espacial James Webb e de radiotelescópios terrestres. A observação multidisciplinar permitiu detectar as assinaturas espectrais do quasar e mapear a estrutura da colisão galáctica com um nível de detalhe sem precedentes.
De acordo com os astrônomos, eventos como esse podem explicar o motivo de existirem buracos negros tão grandes mesmo em épocas muito antigas do Universo. É possível que as fusões violentas entre galáxias tenham sido mais comuns do que se imaginava.
O portal CNN relatou o evento em detalhes, destacando que ele pode ser a chave para entender a origem dos primeiros quasares e das primeiras galáxias massivas.
Aliás, essa não é a primeira vez que galáxias se fundem, mas observar diretamente o nascimento de um quasar durante o processo é um verdadeiro presente da ciência moderna — e mais um passo em direção à compreensão do universo que habitamos.
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