Os ventos, bons ventos, dos ares democráticos estão instalando-se nos países árabes, finalmente.
Pouco a pouco vai caindo a velha ditadura, que tanto mal faz ao povo. Citar exemplos seria insistir no óbvio e cansar o leitor. Assim é que o Egito foi tomado pela idéia da democracia, o que não é coisa nova naquele país, onde o regime livre já imperou.
De nada adiantou a Moubarak fechar a internet e os sinais de radiotelefonia móvel, nos celulares. O povo conseguiu organizar-se e vai derrubar o tirano, que prevendo a queda já retirou a família do país.
É ótimo sinal, a mobilização popular, com ou sem armas, para uma vez mais instaurar a democracia perdida desde o assassinato de Sadat. Nada adiantou, igualmente, a ordem de cortar o transporte público para evitar grandes manifestações. Fotos idôneas não mentem, como a que ilustra a crônica. Barrar multidão como esta, só usando muita bomba, lançada de aviões. O fato colocaria Moubarak como genocida, o que autorizaria qualquer um matar ou prender o ditador.
O atual mundo não comporta estes regimes. O próprio presidencialista só funciona nos Estados Unidos, à duras penas. O presidente tem que estar em diálogo e negócios constantes com o legislativo, sempre de boca escancarada.
A luta, por enquanto desarmada, vai correndo. Não será possível barrar o povo.
É preciso democratizar o mundo árabe, que já foi um dos grandes patrimônios da humanidade.
imagem: concentração, Cairo/G1
Jorge Cortás Sader Filho é escritor
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