Ser desempregado é sempre muito desolador, muito mais quando não temos outra fonte de rendimento, não esquecendo que temos que nos alimentar, continuar a pagar a casa, a luz, o gás, a água, o que torna tudo muito mais difícil.
Neste momento, em Portugal, os desempregados, em números oficiais, ascendem aos 500 mil, mas que porventura muitos mais serão.
Meio milhão de desempregados, que poderiam estar a contribuir para melhorar a economia do país.
No entanto, o governo vigente, de coligação PSD-PP, de cariz neo-liberal, vê o desemprego em Portugal como um efeito colateral.
Nesta perspectiva, sou um efeito colateral, mas que necessita de se alimentar, de se vestir, e de muito mais.
Um efeito colateral que anseia por produzir, que se sente à margem da sociedade, só pelo facto de estar desempregado.
Presentemente, sinto-me um produto da má governação deste governo que só desgoverna o país e a sociedade portuguesa.
Inscrevemo-nos nos centros de emprego e esperamos, esperamos e esperamos... e nunca mais nos chamam.
Atribuem-nos um subsidio ridículo que sempre termina antes de que estejamos novamente empregados, e que chega tarde e a más horas.
Este é o desabafo de um desempregado num país sem futuro...
Muito mais difícil se torna encontrar trabalho quando, como na minha situação pessoal, somos licenciados, sim com um curso superior, situação em que todas as portas se cerram.
As respostas que recebo, às minhas cartas de apresentação espontânea, sempre me enviam para o despacho ministerial de maio de 2002, que congela o recrutamento de pessoal nos organismos públicos.
Uma herança, ainda, da senhora Ferreira Leite e do senhor da triste figura, Durão Barroso.
Não sei se aguento mais... sinto-me desesperado com esta situação que cada dia mais se agrava. Enfim, caí nas malhas da desgraça deste país.
Um país cheio de desigualdades, onde o desgoverno e a desgraça imperam, com Santana Lopes sentado no trono de ceptro na mão.
Estou desempregado e desiludido, com este país e com o rumo que está a tomar.
Desiludido por estar desempregado e sem luz ao fundo do túnel. O desemprego aumenta todos os dias, e não se prevê que abrande esse aumento.
Pergunto eu, onde iremos parar?
O que faremos quando nem dinheiro para um bocado de pão e para uma latas de sardinhas tivermos? O que farei eu?
Termino com a esperança de que melhores dias virão. E se não vierem? O que farei eu?
Volto e repito, este é o desabafo de um desempregado, num país sem futuro...
Luís Reis
(Para os leitores e internautas que queiram discutir este problema que a muitos aflige escrevam para: [email protected])
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