O Ministério do Turismo (MTur) pretende fazer da região um dos pólos mais adequados e bem estruturados para receber os turistas, devido a uma procura cada vez maior de visitantes estrangeiros pelo Nordeste do Brasil . Dentro desta perspectiva, a ministra Marta Suplicy lançou ontem em Natal a segunda etapa do Plano Aquarela, que visa estimular o marketing turístico internacional do Brasil. Após uma série de estudos, o governo federal mostrou ontem os primeiros resultados do projeto e as metas para continuidade da divulgação do país aos estrangeiros.
Esta fase do plano - que foi iniciado em 2005 - já foi lançada em São Paulo e no Rio de Janeiro. A proposta é investir até 2010, mais de US$ 64 milhões (R$ 119 milhões). Apenas na primeira etapa foram investidos R$ 85 milhões, ampliando a entrada de estrangeiros de 4,1 milhões para 5 milhões, no período de 2003 até o ano passado. Como conseqüência, os gastos dos visitantes saltou de US$ 2,4 milhões (R$ 4,5 milhões) para US$ 4,3 milhões (R$ 8 milhões). Isso fez com que o turismo chegasse a ser o quinto item da pauta de exportações do Brasil, tendo uma participação de 2,6% no PIB nacional.
Queremos ampliar este espaço no PIB. Em outros países como Portugal, esta taxa chega a 12%, declarou a ministra em uma rápida coletiva de imprensa. Marta ainda enfatizou que o governo tem investido na interiorização e regionalização do turismo e o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) contempla estas iniciativas com obras como a duplicação da BR-101.
Na segunda fase do plano Aquarela, o governo federal está refinando ações, analisando os mercados mais promissores de turismo no Brasil e definindo estratégias específicas para cada público-alvo. Isso significa um plano de marketing diferenciado, buscando atender a cada tipo de visitante. São 12 países trabalhados, entre eles Alemanha, Argentina, Estados Unidos e Inglaterra. Além disso, o governo quer investir no público com alto poder de compra da Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlândia. Queremos transformar o Brasil no principal destino da América Latina. E o Nordeste tem contribuído muito com isso. Dos visitantes pesquisados desde início do plano Aquarela, 32% estiveram na região e 85% dizem que tiveram as expectativas superadas, declarou a presidente da Embratur, Jeanine Pires. Segundo ela, o objetivo agora é corrigir os pontos falhos apontados pelos outros 15%. Na tarde de ontem, Marta Suplicy assinou contratos com a Prefeitura de Natal para a construção de praças no bairro Salinas e do Mercado Modelo, nas Rocas. Este último será iniciado em setembro, com um investimento de R$ 2 milhões e metade dos recursos já foi liberada pelo MTur.
Esperando um momento mais oporturno, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH RN) não apresentou à ministra sua reivindicação de sobretaxar os cruzeiros que chegam aos portos. Segundo eles, este tipo de turismo prejudica a hotelaria por não pagar os mesmos impostos que os hotéis. A ABIH nacional já tem a proposta em andamento para encaminhá-la à ministra, declarou o presidente da entidade, Enrico Fermi. O secretário estadual de Turismo, Fernando Fernandes, explicou que - ao invés da sobretaxa - o governo do estado está propondo que seja estabelecida uma permanência mínima dos navios no porto, permitindo que os turistas façam mais do que um city tour, indo também aos restaurantes e até se hospedando em hotéis. A proposta ainda não foi apresentada à ABIH, mas Fermi diz que ela é válida e passível de discussão.
Fonte EQUIPE DO DIÁRIO DE NATAL
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