Desde o início da operação militar russa na Ucrânia, a luta de classes no interior da Europa vem se acirrando a cada dia. A crise econômica e política que vivem há anos, combinadas com a experiência recente da Segunda Guerra Mundial, se expressaram rapidamente num repúdio massivo contra a OTAN. Ano passado manifestações pipocaram por toda a Europa exigindo negociações com a Rússia. No início desse, quando a guerra completou um ano, uma onda gigante de manifestações percorreu o continente europeu novamente.
Entretanto, os governos destes países imperialistas buscaram reprimir as manifestações e censurar qualquer debate pró-russo a nível mundial. O método de cancelamento foi exercido pelo imperialismo contra todo um povo, contra toda sua história literária e artística.
O que não é resolvido, não pode ser proibido. Não tem como resolver um problema reprimindo sua manifestação. E neste último mês a crise volta a se manifestar num nível político superior. A OTAN entrou numa espiral de crise interna.
Um dos países membros da OTAN mais importantes do ponto de vista militar, a Polônia, tem tergiversado sobre continuar apoiando a Ucrânia. Membros do governo declararam medo de se afogarem juntos ao tentar salvar a Ucrânia. Outro sintoma ainda mais agudo foram as recentes manifestações contra o governo polonês: a ditadura pró-imperialista começa a mostrar rachas, e novas eleições se aproximam.
No último dia 30 de setembro ocorreram eleições na Eslováquia, país também membro da OTAN e que faz fronteira ocidental com a Ucrânia. O partido que fez campanha aberta contra ajudar a Ucrânia e atacando abertamente a OTAN venceu as eleições com 23%.
Na Alemanha, por sua vez, o centro do imperialismo europeu, viu a AfD, partido de extrema-direita galgar mais posições nas eleições estaduais realizadas neste 8 de outubro. O partido também está crescendo porque atua abertamente contra a guerra por procuração da OTAN contra a Rússia, que usa os ucranianos como bucha-de-canhão.
Essa tendência contra a guerra é generalizada na Europa e continuará avançando. As mobilizações grevistas também tenderão a aumentar. A situação se torna cada vez mais explosiva.
Entretanto, o imperialismo não pode recuar; e após a vitória histórica obtida pelo Hamas a OTAN já declarou que “Israel não está sozinho”. Ou seja, a cambaleada OTAN, que vem sofrendo derrotas militares e ainda mais importante: várias derrotas políticas sucessivas deixou claro que pretende apoiar Israel contra todo o povo árabe.
A obstinação popular dos árabes na luta é evidente. Enquanto os trabalhadores europeus acertadamente se opõem ir para a guerra.
O imperialismo range os dentes; essa fera acuada se tornará muito mais violenta no próximo período. Mas ali, depois da curva, todos oprimidos do mundo já pressentem a vitória.
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