EUA, Inimigo Mundial no Combate ao Coronavírus
Edu Montesanti
"A Guatemala é aliada dos Estados Unidos, mas os Estados Unidos não são aliados da Guatemala", disse o presidente guatemalteco Alejandro Giammattei, externando frustração na última quinta-feira (21) pelas deportações dos EUA de seus concidadãos infectados pelo coronavírus, dizendo que estão causando "sérios problemas" para o sistema de saúde de seu país.
Segundo Giamattei, as deportações sobrecarregam os centros de saúde de seu país. “Isso de aliados dos Estados Unidos, não é verdade. Eles não nos tratam como aliados".
Em 13 de maio desembarcou o último voo na Guatemala, no qual 16 dos 65 passageiros deportados de Alexandria, Louisiana, foram detectados como positivo, de um total de 119 guatemaltecos com COVID-19 deportados dos Estados Unidos para o país da América Central. Nação com cerca de 17 milhões de pessoas, a Guatemala tem mais de 2.200 casos confirmados de coronavírus, e 45 mortes relatadas.
Alianças unilaterais são regra na história das relações EUA-América Latina. Assim como nas relações dos EUA em todo o mundo.
Atualmente, enquanto países como a China promete que uma possível vacina produzida localmente contra o coronavírus seria um bem mundial a ser compartilhado com toda a humanidade, a Rússia envia ajuda humanitária - especialmente suprimentos médicos - para várias partes do globo (incluindo os EUA), e Cuba envia médicos em todo o mundo para ajudar a combater o novo coronavírus - algo comum na história do país caribenho, os Estados Unidos continuam sendo inimigo mundial, especialmente na região em que Tio Sam historicamente chama de "quintal dos EUA", isto é, a América Latina.
Os EUA, que procuram patentear a vacina contra o coronavírus a fim de exercer poder exclusivo sobre ela, intervieram 47 vezes militarmente entre 1846 e 2000 na região. As sangrentas ditaduras latino-americanas foram financiadas diretamente pela "terra da liberdade". Sem mencionar as intervenções secretas por meio de golpes, espionagens, seqüestros, assassinos e excessivo boicote, marca registrada dos EUA na região mais rica em biodiversidade do planeta.
Durante esses difíceis tempos de pandemia, que só podem ser superados com solidariedade mundial, os EUA, a pior ameaça à democracia e à paz mundial, mantêm embargos mundo afora ameaçando fortalecê-los ainda mais, e invadir países como a Venezuela e bombardear o Irã.
É realmente incrível que alguns líderes da região, nunca tirando lições da história e da realidade atual, insistam em tentar ser aliados dos EUA - por medo, interesses pessoais, ou uma combinação de ambos?
É urgentemente necessária uma aliança, dentro de cada país latino-americano e regional com integração, para interromper de uma vez por todas qualquer tipo de relacionamento com os Estados Unidos. Neste caso, uma coisa é certa: os falcões enfrentarão mais perdas que os países da América Latina. E o Império mais terrorista da história está plenamente ciente deste fato.
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