Lixo inglês : “o lixo tratado como lixo”

Por : Pettersen Filho

Muita coisa no Mundo mudou, desde que o Filósofo Fisiocrata Francês, Antoine Lavoisier, no Século XVIII, pronunciou a indelével verdade Química, que: “Na Natureza, nada se Cria, nada se Perde. Tudo se Transforma”.

Pelo menos, mudou, em se tratando de Lixo !

Assim é que, considerado por muitos como Material Inútil, rejeito ou sobra, incomoda e fedorenta, o Lixo, no entanto, na Sociedade Consumista Moderna do Fast Food e do Descartável, é, ademais, hoje, o Meio de Vida de muitas pessoas, ora desempregadas, ora profissionais, mesmo, do Lixo, que dele tiram seu sustento ou a partir dele fazem a sua profissão.

Gerado as toneladas, seja nas garrafas de refrigerante, tipo”pet”, Não-retornaveis, ou nas latinhas Descartáveis de alumínio, seja nas sacolas plásticas, Não-degradaveis, de supermercados, ou no vinhoto das usinas de cana-de-açucar, o Lixo, é, na pratica, o mais fiel retrato da Sociedade Capitalista Contemporânea, excessivamente pragmática e consumista, quem faz da volúpia e da orgia, não uma necessidade biológica, ou orgânica, de manutenção da existência humana na face, já enrugada, do Planeta, mas o objetivo, ultimo e derradeiro, da existência humana do próprio Ser:

O de consumir e consumir...

Tratado como Problema por alguns paises, que preferem transferir seus Despojos para o Terceiro Mundo, Ásia, África e América Latina, subdesenvolvidos, seja por ser, em muitos casos, Material Tóxico ou de Difícil Reciclagem, foi necessário, no entanto, que o Mundo se reunisse, ainda recentemente, em 1992, na Basiléia, para que o tema: Lixo, fosse Tratado, a fim de que se disciplinasse o seu deslocamento e transferência, pelo Planeta, comprometendo-se seus signatários, do Tratado, a vigiarem seus acervos.

Contudo, a detecção de pelo menos oitenta contêineres de Lixo Hospitalar Inglês, cerca de Mil Toneladas, nos portos brasileiros do Rio Grande/RS e de Santos/SP, prontamente embargado de adentrar em Território Nacional pelo Ibama e pela Vigilância Sanitária, mostrou a face mais perversa que pode assumir tal Problema.

Exportado da Inglaterra, sem que as Vigilantes Autoridades Inglesas, do ávido combate ao terrorismo, percebessem, e Importado pelo Brasil como “Plástico Reciclável”, a ocorrência gerou o mais veemente protesto do Ministro do Meio Ambiente Brasileiro, uma espécie extemporânea de “Indiana Jones da Conservação da Natureza”, Carlos Minc, quem, nas primeiras horas da descoberta, logo praguejou: “Isso é Racismo Ambiental”, sacramentando entendimento quanto à Matéria, bem diante dos oportunos flashs das câmeras de televisão, que se seguiram, em socorro ao seu combalido Ministério.

Prontamente denunciada pelo Brasil, em Genebra, segundo a Convenção da Basiléia, a Inglaterra, botou logo a Scotland Yard para cassar os culpados em Solo Inglês, prendendo, por algumas horas, dois ou três Súditos da Coroa, elegendo-os como “Culpados” pelo Imbróglio.

Detectados, apenas por acaso, no Brasil, fato a um desentendimento entre Exportador/Importador, esquecido nos depósitos da Alfândega Brasileira, o Lixo Inglês trouxe a tona o verdadeiro Conluio Multinacional, que envolve a matéria, revelando um Esquema Internacional no Comércio, e Rejeição, do Lixo, quem envolve, desde Fraude, até Crime Contra a Humanidade.

Pais que se destaca, no Mundo, pelo alto índice de reaproveitamento de sucatas e latinhas de alumínio, de quem é o Campeão Mundial de Colheita, não exatamente por possuir um alto grau de civilidade, mas por dispor de legiões inteiras de miseráveis que vivem da cata de restos, exatamente por não terem ocupação formal, em um País de péssima distribuição de renda, o Brasil descobre, agora, que entrou na Rota Internacional da Máfia do Lixo, quem, travestida de Organizações Humanitárias, realiza vultuosas “doações” de material de informática, desativado nas metrópoles européias, como sendo parte de Programas de Inclusão Digital, ou, que, remetem,-nos pneus velhos de automóvel, para, supostamente, serem Rebandados, toneladas e toneladas, do mais perfeito: Lixo.

Acaso, e, ao ocaso, fortuitamente, encontrado, o atual Lixo Inglês, nos containeres esquecidos no Porto, ora repatriado para a sua legitima dona, a Inglaterra, como Lixo, que é, após a mais completa indignação de todo o Brasil, pelo menos nesse caso, também, fortuitamente, o Lixo, afinal, teve o destino que lhe cabia:

A enorme, arrogante e racista. “Lata de Lixo” de onde veio:

A Majestosa Inglaterra !

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey