Pelo menos 257 crianças morreram e 1.080 ficaram feridas - um terço da vítimas registradas desde 27 de dezembro - na Faixa de Gaza, segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira, 09. No total, os ataques israelenses mataram 760 pessoas, de acordo com os dados registrados desde 27 de dezembro, quando o conflito foi iniciado no Oriente Médio.
O pior para as crianças é a noção de que nenhum lugar é seguro e que os adultos não podem protegê-las, segundo Iyad Sarraj, um psicólogo que agacha-se em seu apartamento na Cidade de Gaza com seus quatro enteados, com idades entre 3 e 17 anos. Adam, de 10 anos, fica apavorado durante os ataques com bombas e desenvolveu ataques de asma, diz Sarraj.
Israel afirma que seu objetivo é responder aos repetidos ataques de foguetes do Hamas no sul israelense e que está fazendo o máximo para evitar mortes de civis. Mas agências de ajuda humanitária estrangeiras lembram que os civis não podem escapar da sitiada Faixa de Gaza e que os bombardeios em áreas densamente povoadas inevitavelmente levam a vítimas civis. O Exército de Israel tem usado tanques e bombas de artilharia, bem como grandes bombas aéreas.
No bairro de Zeitoun, na Cidade de Gaza, médicos encontraram quatro crianças pequenas perto dos cadáveres de suas mães no interior de uma casa, segundo informações do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, sediado em Genebra. "Elas estavam muito fracas para ficarem em pé sozinhas", afirmou um comunicado da instituição. A Cruz Vermelha lembrou que as forças israelenses recusaram-se a conceder permissão a equipes de resgate para que chegassem ao bairro por quatro dias. Israel disse que o atraso foi causado pelos conflitos.
Em uma pesquisa realizada nesta semana, a maioria dos israelenses apóia que os ataques contra Gaza continuem, apesar do elevado número de mortes entre a população civil. Pelo visto, os israelenses pensam que têm direito de responder aos ataques contra eles empregando a violência indiscriminada contra os civis palestinos, mas que os palestinos não têm esse mesmo direito de responder quando Israel lhes ataca. Por que essa dupla medida? Essa atitude racista e brutal de muitos israelenses, sobretudo os que estão no Governo, provocou, entre outras conseqüências, o nascimento, o desenvolvimento e o fortalecimento do Hamas e do Hezbollah e fez com que sua capacidade de luta tenha se incrementado até o ponto de obrigar Israel a aceitar um cessar-fogo.
Texto: Fonte: Agencia Estado
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