O Senado dos Estados Unidos rejeitou uma emenda constitucional cujo objetivo era proibir o matrimônio entre homossexuais. Essa decisão causou hoje reacções desencontradas no país que vão desde a "decepção" da Casa Branca ao alívio dos grupos de direitos civis.
O presidente norte-americano, George W. Bush, manifestou num comunicado a sua decepção pela rejeição da emenda, que antes tinha defendido fortemente.
"Agradeço aos senadores que apoiaram esta emenda, mas estou desiludido porque o Senado não conseguiu o número de votos necessário para levar o processo em frente", indicou Bush.
A emenda, que precisava de um total de 60 votos para ser aprovada, registou 49 votos a favor e 48 contra. Porem, os republicanos não desistiram de seu propósito e levaram a proposta à Casa de Representantes (deputados).
A voz do presidente uniu-se à do Conselho de investigação Familiar - de marcada tendência conservadora -, que denunciou num comunicado que o Senado "ignora" a vontade dos cidadãos.
Para o presidente desta organização, Tony Perkins, "o Senado votou hoje contra o casamento e contra o povo norte-americano".
"Quarenta e seis dos 50 Estados tomaram medidas para definir o casamento como a união de um homem e de uma mulher, (mas) 48 senadores estão a servir de "meninos das alianças" para as bodas do mesmo sexo".
Por seu lado, os parlamentares democratas mostraram a sua alegria com a rejeição de emenda, embora esgrimindo argumentos diferentes. A senadora Mary Landrieu "apoia fortemente a definição do casamento como a união sagrada entre um homem e uma mulher", embora considere que a Constituição "deu autoridade sobre esta matéria às assembleias estatais, não ao Congresso", disse num nota. O parlamentar Patrick Leahy assegurou, por sua vez, que a emenda pretende "introduzir a discriminação na Constituição".
Em 2004, uma iniciativa similar foi rejeitada pelo Congresso. A diferença foi que na votação desta quarta-feira os republicanos perderam posição, já que tiveram um voto a menos do que na última seção, quando o resultado foi 50 a 48. Desta vez, o senador republicano pelo estado de New Hampshire, Judd Gregg, votou contra a emenda. Em 2004, votou a favor. Além disso, a ausência de um legislador republicano, que estava em viagem com o Bush, também representou um voto a favor a menos.
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