Os prejuízos pela anulação do Rally Lisboa Dakar devem chegar para a equipe russa de camiões Kamaz a 1 milhão de euros e em total a 26 milhões de euros só para ASO, promotora do Rally. Segundo o capitão da equipe russa , Vladimir Samoilov , os organizadores do evento não vão alterar a tradição de realizar o Rally no território da África.
Comentando os rumores de substituição da rota no ano seguinte ele disse à Pravda.ru : Não penso os organizadores mudarem radicalmente a tradição. Eles poderiam realizar o Rally São Petersburgo- Beijing em júlio deste ano em que já concordou participar a elite de pilotos. Pelo menos ouvi falar sobre tais intenções. Quanto à nossa equipe , garanto a sua participação .
Entretanto o espanhol Isidre Esteve Pujol, que já participou de dez edições do Rally Dakar tem outra opinião. Afirmou nesta terça-feira (08) que acredita ser quase impossível o retorno do famoso evento off-road à África, após o cancelamento da edição 2008 por ameaças terroristas.
Penso isso não pelo cancelamento, mas especialmente em função do motivo pelo qual os organizadores tomaram essa medida drástica, afirmou o ex-piloto da KTM ao site da revista Solo Moto.
Para Pujol, que ficou paraplégico após um grave acidente sofrido no Campeonato Espanhol de Rally, em março do ano passado, a organização do Dakar teria duas reais opções alternativas para a realização da tradicional prova.
A primeira possibilidade seria a América do Sul. A segunda, em Paris-Moscou-Beijing, embora esta fosse viável somente entre os meses de julho e agosto, opinou.
Acredito que opção pela América seria bastante atrativa. É verão no Chile e na Argentina nesta época do ano, portanto, o Rally teria condições prosseguir com sua realização no mês de janeiro. Além isso, levar o evento para lá atrairia muitos patrocinadores e novos interesses das montadoras, justificou.
Uma terceira via poderia ser chegar ao Dakar por um trajeto que fosse pela Tunísia, Egito e Líbia. Porém, esse caminho está bem próximo da Algéria, onde os atentados terroristas são freqüentes, alertou Pujol, que lamentou pela África a não realização do rally neste ano.
A Al Qaeda (rede terrorista comandada por Osama Bin Laden) causou o cancelamento do Dakar por meio de ameaças e poderá fazer isso novamente nos próximos anos. A África, bem como sua população, é a que mais perde com os recentes acontecimentos.
Duvido que a população da Mauritânia entenderá porque o Dakar não passou por lá em 2008. Trata-se de um país esquecido, que agora teve suas portas ainda mais fechadas. Os pilotos e as equipes terão a oportunidade de fazer um novo Dakar, mas as pessoas da África talvez não, encerrou o espanhol, referindo-se às ações sociais promovidas pelos dirigentes durante a passagem do comboio pelo continente africano.
Pela primeira vez em 30 anos de história, o Rally Dakar deixou de ser realizado. O cancelamento da edição 2008 deveu-se às ameaças de atentados terroristas na região da Mauritânia, país no qual seriam disputadas oito das 15 etapas do rali.
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