Brasil: O Golpismo se derrota nas ruas. Com máscara, gel e decisão!
Mário Maestri
Em 21 do mês findo, os partidos que se propõem de esquerda assinaram compromisso pelo "Fora Bolsonaro" e, logicamente, pelo "Fica Mourão". Fato raro na nossa história política, não faltou ninguém na foto do triste velório do combate ao golpismo. Ali estavam partidos grandes, médios, pequenos, micros, todos pedindo ao congresso golpista a destituição de Bolsonaro e, logicamente, sua substituição pelo vice fardado. Assinaram o pedido de impeachment, entregue ao morfético Rodrigo Maia, PT, PCdoB, PSOL, PCB, PCO, PSTU, UP, além de dezenas de organizações associadas àqueles partidos.
Seis dias mais tarde, os mesmos protagonistas -o PSTU abandonou o barco- perderam literalmente a vergonha, quando de Plenária virtual em prol do movimento explícito pelo "Fora Bolsonaro" que mantém, implícito, o "Fica Mourão", já soletrado por Flávio Dino, em 2 de abril passado. O encontro iniciou com falas, favoráveis à desmobilização e à rendição, de Guilherme Boulos (MIST/PSOL) e de João Pedro Stédile (MST/PT) - Stéli propôs que -"a classe trabalhadora" está impossibilitada de "fazer greve e grandes manifestações". Não explicou por que quem trabalha não pode parar de trabalhar.
Acredite quem quiser. A montanha pariu literalmente um rato ... virtual. A grande proposta da reunião, com em torno de trezentos representantes de partidos e organizações de todo o país, foi marcar, para o dia 13 de junho, sábado, uma manifestação nacional... virtual. Ou seja, cada um em casa, atrás de seu computador, caso o tenha. Como eu não estava presente, não sei se houve propostas de corrente de pensamento negativo, de grupos inter-confessionais de oração, de maldições pesadas contra Bolsonaro!
O homem põe, deus dispõe
O homem põe e deus dispõe! A proposta da "oposição faz de conta" de mobilização virtual contra Bolsonaro, com a população escondida em casa, gritando diante do computador, foi literalmente "pinto que morreu na casca do ovo". Já nas semanas anteriores, em Porto Alegre, São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, grupos de jovens anti-fascistas auto-organizados saíram corajosamente às ruas para pôr com sucesso fim às desmilinguidas carreatas e manifestações bolsonaristas. Todos, por razões compreensíveis, mascarados!
O balde de água fria no movimento de desmobilização popular justificado pelo Covid-19 veio dos USA, que, com o Brasil, constitui o maior eixo da pandemia. Desde 29 de maio, ou seja, dois dias depois da Plenária abafa-resistência, sucedem-se mobilizações multitudinárias em centenas de cidades dos USA, devido ao assassinato de George Floyd, cidadão negro imobilizado até o sufocamento por policiais em Minneapolis. A ira popular anti-racista estadunidense, de negros e brancos, é alimentada pela situação social dramática daquele país, também conhecida no Brasil. Ao igual que o Brasil, aquele país tem na presidência um negacionista, quanto à pandemia.
Finalmente, segunda-feira, dia 1°, impulsionados pelos acontecimentos nos USA, milhares de manifestantes contra o racismo e o golpismo desfilaram pelo centro de Curitiba, Paraná, e foram reprimidos pela polícia. No dia seguinte, terça-feira, em torno de mil manifestantes marcharam igualmente em Manaus, um dos epicentros da pandemia no Brasil, contra o racismo, o machismo, o governo golpista. Nas manifestações procurou-se manter o afastamento social e portava-se máscaras.
Para não perder o ônibus em movimento, e para dirigi-lo logo que puderem de volta para a garagem, os partidos da "oposição faz de conta", já que não podem se opor, começam a aceitar alguma participação nas ruas para o dia 13, sem porém chamá-la, apoiá-la e organizá-la. Horroriza a "oposição como a direita gosta" mobilizações populares exigindo o fim de Bolsonaro e do golpismo através do Brasil. Agora, diante de esperada manifestação nas cidades do país, já marcada informalmente para este domingo, 7, os líderes da Câmara do PT, PDB, PSB, Cidadania e dos tais "movimentos pela democracia", pediram que todos fiquem em casa. Pelo bem da saúde e da ordem pública.
Todos contra os Trabalhadores
Desde dezembro de 2015, praticamente todas as direções dos partidos que se dizem de oposição mobilizaram-se para que a população não se confrontassem com o golpismo em marcha. Enquanto o golpismo avançava, o PT e o governo dilmista seguiram despejando baldes de horrores sobre os trabalhadores e tentando parar a deposição da presidenta com conchavos parlamentares vergonhosos. PCB e PSOL disseram ser tudo farinha do mesmo saco e se negaram a defender governo de "colaboração de classe". O PSTU e não poucos psolistas propuseram -e talvez ainda sigam propondo- que o tal de golpe era uma invenção.
Materializado o golpe contra os trabalhadores, a população e a nação brasileira, a proposta inicial foi "deixar a poeira baixar". Quando a população começou a se mobilizar , em forma cada vez mais forte, sobretudo contra a contra-reforma da Previdência e a imposição de neo-escravatura assalariada, Lula da Silva subiu ao palanque e gritou alto, em 26 de agosto de 2017, em Salinas, em Minas Gerais: - Fica Temer! Segundo o líder magno petista, era necessário deixar o homem em paz e pensar nas eleições de 2018. Temer ficou e a população desacorçoada abandonou as ruas.
Em 7 de abril de 2018, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, cercado pelos trabalhadores que afluíam já numerosos em sua defesa, Lula da Silva entregou-se à política, de "mão beijada", dizendo que acreditava na Justiça golpista. Penou um ano e sete meses na prisão sem que jamais a direção petista organizasse uma verdadeira campanha por sua liberdade. Em novembro de 2018, quando a farsa eleitoral terminou com a eleição de Bolsonaro, Haddad e Boulos ajoelharam-se diante do altar golpista e reconheceram a legalidade de eleição em tudo ilegal.
Finalizadas as eleições, os grandes partidos da "oposição encolhida" festejaram os governadores, senadores e deputados eleitos, enquanto a população e o país seguiram sendo tragados pelo ralo escuro e sujo do golpismo, que avançou imperturbável em seu programa de arrasamento dos direitos dos trabalhadores e da população e de institucionalização de nova militar-autoritária. Iniciativas, umas e outros, foram apoiadas passiva e mesmo ativamente pelos governadores e legisladores ditos na oposição. Faziam e fazem que jogam contra o time da casa para não serem proibidos de participar da partida pelos donos da bola - o grande capital e o imperialismo. Mesmo perdendo de goleada, o cachê é certo, no final do jogo.
Em 8 de novembro de 2019, ao ser posto em liberdade, provisoriamente, com a anuência dos senhores generais, outra vez, Lula da Silva reconheceu a legalidade do segundo governo golpista, ao gritar, não uma, mas diversas vezes: - Fica Bolsonaro! E simplesmente repetiu a ladainha, apenas com novas datas. O fundamental seriam as eleições de 2020 e 2022, quando os senhores generais dão como certo a eleição do terceiro governo golpista. Para não perder as sinecuras parlamentares e outras, os partidos colaboracionistas assumem o papel do MDB, durante a ditadura militar de 1964, de oposição consentida. Movimento que não exige dilaceramentos de qualquer tipo. Isto por que tal comportamento constitui continuidade, já pluridecenal, apenas em patamar diverso, da doce colaboração dos principais partidos ditos oposicionistas com a ordem capitalista.
Bem vindo Covid-19
Desde as eleições de 2018, a "oposição que a direita gosta" aponta para o perigo do avanço das hordas fascistas bolsonaristas, que ninguém jamais viu, então, e muito menos agora. Elas foram o bicho-papão criado para assustar as classes médias e populares e impor a proposta da necessidade de uma amplíssima aliança dita anti-fascista, exclusivamente contra Bolsonaro e seus próximos, que não questionasse a ordem golpista. Ou seja, possível de ser aceita pelo grande capital e o imperialismo, espera-se. Pretendia-se impor comedimento ao Ogro Malvado e, se isso não fosse possível, avançar pedido de impeachment. Considerando-se a proposta legalidade das eleições de 2018, o poder seria entregue, como manda formalmente a Constituição, ao vice-presidente golpista que, ultimamente, em repetidas declarações, tem deixado mais do que claro seu liberalismo e autoritarismo extremado.
A proposta de "Frente de Salvação Nacional" destina-se a abafar o impulso popular anti-golpista e eventualmente tirar as classes dominantes nacionais e internacionais do imbroglio em que se meteram com Bolsonaro. Esse programa recebeu um magnífico impulso com a terrível pandemia que se abateu sobre o país. Com o Covid-19, o governo cada vez mais fraco, passou a habitar qualquer coisa como as zonas mais obscuras do inferno de Dante Alighieri, enchendo-se de militares da ativa e da passiva, à procura de boquinhas, desde as pequenas até as milionárias. Sob o governo Bolsonaro, o Departamento de Engenharia do Exército recebeu encomendas no valor de um bilhão de reais, tornando-se uma espécie de Odebrecht verde-amarela, pelo tamanho e, digamos, pelas oportunidades.
A política de superação da crise sem abalar o ordenamento golpista do país tem avançado a trote-galope sem qualquer oposição, associada agora à instrução de que a população fique em casa, "para salvar vidas", enquanto as vidas estão sendo massacradas pelo golpismo. Foi um verdadeiro auê quando vozes isoladas propuseram que os com saúde saíssem às ruas, com todas as precauções possíveis. E o colaboracionismo seguiu adiante a rédeas soltas. Em 1° de Maio, abriu-se o palanque virtual para os maiores bandidos anti-populares e anti-nacionais do Brasil, com destaque para o sinistro FHC. Assustado com a repercussão negativa da iniciativa, Boulos desceu do bonde, sem pagar a passagem, alguns metros antes do fim da linha.
Nos últimos tempos, políticos excelentes ditos oposicionistas, como Flávio Dino, do PCdoB, governador do Maranhão; Fernando Haddad, do PT; Tarso Genro, que se demorou nos gozos da bacante petista sem perder a pose de vestal, entre tantos outros, lançam olhos lânguidos para o general e para os bandidos da direita que dizem "democrática" e para a solução com o Mourão na direção do país. Na sexta-feira, 29 de maio, o manifesto "Estamos Juntos!" deu mais um passo no movimento de rendição da população e dos trabalhadores às políticas da dita "burguesia democrática". A declaração propôs nada menos que a união supra-partidária da "esquerda, centro e direita", todos "unidos" para "defender a lei, a ordem, a política" e tudo mais. Nem uma palavra sobre os direitos dos trabalhadores e da população e da nação arrancados a fórceps e o fim da ditadura em consolidação.
Tem até banqueira
O manifesto portava um verdadeiro carnaval de assinaturas excelentes. Uma monja. Artistas de esquerda, centro e direita, como o Lobão, aquele que prometeu sair do país se Dilma vencesse. Políticos vira-casaca como Cristóvão Buarque. Nelson Jobim, denunciado por Wikileaks como informante estadunidense. Jean Willys, deputado desbundado. Mas o que contava, mesmo, eram as assinaturas dos pesos pesados da oposição "engana-bobos", como Fernando Haddad, Flávio Dino, Guilherme Boulos, Manuela D'Ávila, ao lado de fascínoras sociais, como FHC, que vendeu meio Brasil a preço de banana podre; Luciano Huck, o eterno candidato global à presidência; Maria Alice Setúbal, grande acionista do Banco Itaú, o principal banco brasileiro e um dos maiores do mundo, entre outros.
O manifesto, seguido de outros, constitui pacto de entrega da direção do país às classes dominantes, no caso da precipitação da crise que sofre o governo Bolsonaro. Ao igual do que se tem feito em todas as das crises políticas do Brasil, na Colônia, no Império, na República. Constitui o desdobramento lógico e último do manifesto Fora Bolsonaro, Fica Mourão, de 21 de abril, dos partidos que se reivindicam de esquerda, como assinalado. A constituição da "Frente de Salvação Nacional" causou orgasmos na grande mídia conservadora, na oposição à Bolsonaro, como a Folha de São Paulo e El Pais. Esses e outros destacados porta-vozes de facções do capital nacional e internacional festejaram o pacto de rendição da resistência ao golpismo. E aproveitaram o ensejo para torcer o nariz aos populares que começam a ganhar as ruas, para protestar contra Bolsonaro e o golpe. Ainda são poucos, mas prometem serem mais, esses sobretudo jovens que desobedecem à orientação de ficar em casa da "oposição virtual", preocupada em proteger a saúde das classes dominantes contra eventual maré popular de indignação.
No dia 1°, em plena celebração geral da rendição política da oposição que se quer estepe do golpismo, o ex-sindicalista, ex-presidente e ex-preso político Lula da Silva, quando de reunião do PT, pegou a bola para sair correndo, desta vez pela raia esquerda. O que ele não fazia, convenhamos, desde o fim do século passado. Gritou claro e com bom som:- Para aí, gente! Nesse bonde eu não subo! E, certeiro em sua análise, coberto de razões, apontou que, no manifesto estilo sexo grupal, sem camisinha, "não se fala", jamais, dos "direitos perdidos" e dos interesses da "classe trabalhadora".
Lula da Silva defendeu, igualmente, que o PT quer o "impeachment de Bolsonaro" para que o "país seja governado para os interesses dos trabalhadores brasileiros". O que, na sua visão, subentende, é claro, voltar a ser governado pelo PT. Opôs-se também à verdadeira anistia que se concede, ao abraçar como honestos democratas, alguns dos maiores inimigos dos trabalhadores e da população brasileira. Todos envolvidos direta ou indiretamente no golpe. A declaração pôs água gélida no assanhamento com a direita dita civilizada e passou uma rasteira histórica em Fernando Haddad e Flávio Dino, sobretudo.
O Que deu no Lula?
O girar a esquerda de Lula da Silva surpreendeu o mundo político. Mas qual a explicação, para além do conteúdo correto do pronunciamento, que contradiz tudo o que petista-máximo propõe há décadas? A resposta foi dada por ele, na mesma reunião. Também coberto de razão, propôs ver na iniciativa de aliança com a direita política "uma tentativa (...) de isolar o PT, de fazer com que o PT desapareça do cenário político".
Há anos, a direita e o imperialismo exigem do PT muito mais do que a orientação social-liberal adotada oficialmente desde 2002, e semi-oficialmente, anos antes, para que seu bloco dirigente tenha licença para aceder novamente ao governo pleno. Exigem uma metamorfose completa, uma negação total, mesmo simbólica, das raízes e da história passada petista. Que seja renegado o pouco que resta, na tradição e na memória, dos anos gloriosos de luta contra o capital e a ditadura. Exigem que o PT desapareça como petismo, realizando a metamorfose completa, ao igual do Partido Comunista Italiano, do qual não resta traços.
A evolução em direção a um bi-partidarismo, com um Partido Democrático e um Partido Conservador, ao igual que nos USA, é projeto político permanente do grande capital para o Brasil. Proposta abraçada por algumas das atuais estrelas da dita oposição, petista ou não petista, como Flávio Dino, Fernando Haddad, Tarso Genro, que vive ameaçando sair do PT e agora se desdobra imprecando Lula da Silva a se abraçar a FHC. O projeto salvaria do buraco em que se encontra o PSDB e daria guarida para sonhos eleitorais mais ambiciosos de psolistas ascendentes, como Freixo e Boulos, ou decadentes, como Luciana Genro. Nesse palanque bi-partidário, não há espaço para Luís Inácio Lula da Silva, como pessoa ou mesmo como memória histórica. Essa metamorfose já foi iniciada pelo PCdoB que está lançando no lixo a foice e o martelo e a bandeira vermelha para se cobrir de verde-amarelo.
Sejam quais forem as razões últimas, e seus passos posteriores, é indiscutível que o pernambucano fez, desta vez, algo em favor da esquerda e dos trabalhadores, o que não fazia há décadas. A declaração certeira afunda o dedo na ferida e cria um enorme problema para a direita petista e neutraliza a adesão de destacados petistas ao colaboracionismo oficializado. Dilma Rousseff que se preparava para se embarcar no manifesto, recuou, dizendo que Lula tem toda razão, que o barco está furado. Após a declaração classista, Lula da Silva já é objeto de ataque da grande imprensa nacional e internacional, que o acusa de divisionista, personalista, incapaz de romper com o passado.
Rosnam mas temem morder
Os militares no poder e no governo assustam-se com o nível da crise sanitária, econômica, social e política em que lançaram o país, como principais responsáveis e administradores do golpe de 2016. Temem que o Brasil se transforme em um imenso Chile, com a população semi-organizada na rua, ou como o atual Estados Unidos, com enorme explosão desorganizada. Vociferam grandiloqüentes, agora através do Mourão, ameaças mais ou menos veladas de intervenção ainda mais incisivas no país, caso a população desça às ruas. Mas os generais temem, como o diabo teme a cruz, mostrar mais a cara, deixar claro que são os responsáveis maiores pelo caos atual. E, sobretudo, temem a mobilização de população que já majoritariamente, com destaque para os trabalhadores, desgostam-se com os fardados grudados como carrapatos no governo federal. O que é totalmente novo. Esperam que o trabalho sujo de manter a população na rua seja feito pela "oposição colaboracionista", que assustam com seus latidos golpistas.
E, na "esquerda agachada", chovem as Cassandras de botequim, com Luis Eduardo Soares, que superou tudo o que foi feito até agora pela defesa democrática do golpismo. Em 4 de junho, no 247, o cientista social midiático fez cara feia, sem nomear ninguém, à resistência de Lula em se abraçar com o FHC e outros pilantras da direita, que afirma quererem "se redimir de erros passados". E, sobretudo, fez previsão que ficará registrada na história dos intelectuais farsantes. Mandou todos ficarem escondidos em casa, e não participarem das manifestações previstas para domingo, dia 7. Isso por que infiltrados e provocadores penetrarão nas manifestações. E, devido à "baderna" que provocarão, segunda-feira, 8, Bolsonaro enviará pedido de Estado de Sítio ao Congresso. Caso ele não seja aceito, na terça-feita, 9, "interventores, com apoio das polícias estaduais, tomarão o poder nos estados". E os antifascistas serão caçados através do país! Sobre os generais, hoje senhores do governo e das armas, não piou. Portanto, todo mundo em casa, bem comportados, que um dia o golpe e Bolsonaro cairão do cacho, naturalmente, como banana podre. Para ser substituído por um outro broto da bananeira golpista.
Em sentido contrário a essas propostas derrotistas, algumas organizações, apoiam a ida para as ruas, onde a batalha vai ser livrada. Entre elas, é necessário reconhecer, está o pequenino PCO, que desde o início da pandemia, proibiu seu Timoneiro Rechonchudo, já pra lá de balzaquiano, de sair de casa, e mandou a gurizada peceolista pra rua, pra distribuir cascudos nos bolsonaristas. O ela tem feito com indiscutível sucesso. A mobilização dos trabalhadores e da população agredida, maltratada, humilhada, empurrará a luta para além da derrubada de Bolsonaro e Mourão, exigindo o fim do golpe, a volta dos militares para os quartéis, com a punição dos golpistas, a devolução com juros de tudo que foi retirado da população até agora. Uma luta dura, longa, difícil, mas o único caminho de redenção social e nacional da população e do país. E, para trilhar esse caminho, será necessário passar por cima da oposição acomodada ao capital, que sonha com uma campanha pela direita, que vá sem parada direta para o colégio eleitoral, dando a coroa ao Mourão ou outro igual, como foi entregue, em 1985, a José Sarney, apenas saído do bordel da ditadura. (Duplo Expresso, 05/06/2020).
Mário Maestri, 71, historiador, é autor de Revolução e contra-revolução no Brasil: 1530-
2019. https://clubedeautores.com.br/livro/revolucao-e-contra-revolucao-no-brasil
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