O ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim troca José Carlos Pereira da presidência da Infraero. A mudança, comunicada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem (30), em reunião no Palácio do Planalto, só não deve ser imediata porque falta um nome para substituir José Carlos.
Segundo Jobim o ex-presidente do Banco do Brasil, Rossano Maranhão, não poderá assumir a presidência da Infraero, porque há impedimentos, informa Agência Brasil. Em rápido encontro, na noite de domingo, Maranhão disse a Jobim que não poderia deixar o cargo no banco privado e que teria "pendências" que o impediriam de assumir a presidência da Infraero. Sem nomes para o posto, Jobim não marcou data para anunciar o novo presidente da instituição.
De acordo com assessores do Planalto, Maranhão ainda teria dito que gostaria de participar do processo de reestruturação do Ministério da Defesa. Uma das alternativas oferecidas por Jobim seria a participação no Conselho de Administração da estatal.
O brigadeiro José Carlos Pereira será o segundo a cair no governo em decorrência da crise do setor aéreo. Mas as modificações no comando dos órgãos ligados ao setor devem demorar.
Segundo a Gazeta Mercantil em reunião da Coordenação Política, ontem, Lula informou a ministros do núcleo político do governo que não tem intenção de pedir a renúncia coletiva dos integrantes da diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) - o que o presidente da agência, Milton Zuanazzi, e praticamente todos os diretores da agência já disseram que não farão em hipótese alguma.
O presidente aproveitou para reforçar o prestígio político de Jobim no governo e decretou lei do silêncio no Palácio do Planalto em relação às medidas do governo para debelar o caos aéreo. "Qualquer balanço da crise e qualquer afirmação serão feitos apenas e tão somente pelo ministro da Defesa", avisou Lula, segundo relato de participantes do encontro.
Alvo de críticas dentro do próprio Planalto desde o início da crise, Zuanazzi ganha sobrevida com o movimento de recuo de Lula, que deu carta branca a Jobim para mudar o comando tanto da Infraero como da Anac. O presidente chegou a afagar Zuanazzi, que teria se queixado a Lula da postura agressiva da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e dos boatos sobre a pressão pela renúncia coletiva. Lula tranqüilizou Zuanazzi, mas não descartou a idéia de modificar a lei que trata dos órgãos reguladores do governo, de forma a permitir mudanças na presidência e no conselho diretor da agência.
Lula quer tempo para a Anac implementar decisões do Conselho de Aviação Civil (Conac). Na avaliação do presidente, a agência teria ficado "mais cooperativa" com o governo depois do acidente da TAM. Rupturas, nesse momento, atrapalhariam o encaminhamento das medidas desejadas pelo governo.
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