O jeito que você anda pode revelar muito sobre sua saúde mental

Estudos mostram que a forma de caminhar pode indicar ansiedade, depressão e níveis de estresse

Você pode nunca ter pensado nisso, mas a forma como você anda pode dizer muito sobre como está sua mente. Estudos recentes no campo da psicologia e neurociência apontam que nosso jeito de caminhar — o ritmo, a postura, o movimento dos braços e até o contato visual — está diretamente ligado ao nosso estado emocional e à saúde mental. A ciência confirma: o corpo fala, e a caminhada é uma linguagem poderosa.

Depressão e a marcha arrastada

Pessoas em estados depressivos tendem a caminhar com os ombros caídos, cabeça baixa, passos curtos e lentos. Essa postura corporal não é apenas um reflexo da tristeza — ela pode, inclusive, reforçar o estado emocional negativo. Um estudo da Universidade de Kent mostrou que participantes que imitavam esse estilo de caminhada apresentavam memórias mais negativas e humor mais baixo.

Ou seja, o corpo influencia a mente, e vice-versa. Melhorar a postura pode não curar a depressão, mas é uma ferramenta de apoio para influenciar o estado mental.

Ansiedade e a caminhada acelerada

Em contraste, pessoas ansiosas costumam andar rápido demais, com passos curtos e movimentos bruscos. A respiração tende a ficar mais curta e o olhar, muitas vezes, disperso. Esse tipo de andar é um reflexo da agitação interna, da mente em alerta constante, que se manifesta no corpo sem que a pessoa perceba.

Especialistas indicam que práticas de respiração e atenção plena durante a caminhada podem ajudar a desacelerar tanto o corpo quanto os pensamentos.

O impacto da consciência corporal

Estar atento à própria forma de andar é uma maneira acessível e prática de monitorar o estado emocional. Mudanças sutis — como levantar os ombros, alongar o pescoço e firmar o passo — podem influenciar positivamente o humor e a autoestima.

Além disso, a caminhada consciente é recomendada por terapeutas como ferramenta complementar em tratamentos de ansiedade e depressão. Ela ajuda a reconectar mente e corpo, reduz o nível de cortisol e promove sensação de presença no aqui e agora.

Conclusão

Seu corpo reflete aquilo que muitas vezes você não consegue colocar em palavras. Observar — e ajustar — a forma como você caminha pode ser um ato poderoso de autocuidado emocional. Em tempos de correria e tensão, andar com mais consciência é também caminhar com mais saúde mental.

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Author`s name Petr Ermilin