O ensaio Ambiguità e ossimoro: simboli delluniverso e del mistero in Fernando Pessoa (Ambiguidade e oxímoro: símbolo do universo e do mistério em Fernando Pessoa), do jornalista e escritor Adelto Gonçalves, professor do curso de Direito da Universidade Paulista (Unip) e de Jornalismo Impresso da Universidade Santa Cecília (Unisanta), de Santos, faz parte do livro Studi su Fernando Pessoa, a ser lançado dia 9 de março por Edizioni dellUrogallo, de Perúgia, sob a direção do professor Brunello De Cusatis, responsável pelas Cátedras de Literaturas Portuguesa e Brasileira e de Línguas Portuguesa e Brasileira da Universidade de Perúgia. Segundo De Cusatis, a obra reúne onze estudos de alguns dos maiores especialistas hoje na obra de Fernando Pessoa em todo o mundo.
Na apresentação do livro, De Cusatis explica que a obra estava prevista para sair à luz em 2008, à época do 120º aniversário de Fernando Pessoa (Lisboa, 13/6/1888), mas razões profissionais e familiares acabaram por retardar o seu lançamento. O livro é dedicado à memória do crítico cubano René Pedro Garay, diretor do Departamento de Literaturas Hispano-americana e Luso-brasileira da The City University New York (Cuny), falecido em 30/4/2006 e co-autor com Raúl Romero do ensaio Epifanía y poema en prosa: El Livro do Desassossego de Fernando Pessoa/Bernardo Soares, que também será publicado com o título Il Livro do Desassossego di Fernando Pessoa/Bernardo Soares: epifania e poema in prosa em Studi su Fernando Pessoa. Nesse ensaio, os autores apontam o livro Fernando Pessoa: a Voz de Deus, de Adelto Gonçalves (Santos: Universidade Santa Cecília, 1997), como texto pioneiro em referência ao poema em prosa na obra de Fernando Pessoa.
Além dos ensaios de Adelto Gonçalves e de Raúl Romero-René Pedro Garay, a obra traz estudos: do próprio Brunello De Cusatis; de Alfredo Margarido, poeta, artista plástico e professor da Universidade Lusófona, de Lisboa; de José Blanco, bibliógrafo pessoano e ex-administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, de Lisboa; de Manuel G. Simões, ex-responsável pela cátedra de Língua e Literaturas Portuguesa e Brasileira das Universidades de Bari e Veneza; de Ivo Castro, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; de Jerónimo Pizarro Jaramillo, colombiano com doutorado em Literatura Portuguesa pela Universidade de Lisboa e em Literatura Romana pela Universidade de Harvard; de Fernando J. B. Martinho, crítico literário e professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; de Vera Lúcia de Oliveira, professora brasileira da Faculdade de Letras da Universidade de Perúgia; e de Andrea Marcigliano, jornalista e professor de Filosofia e História.
O ensaio Ambiguidade e oxímoro: símbolos do universo e do mistério em Fernando Pessoa, agora traduzido para o italiano por Brunello De Cusatis, foi publicado originalmente na revista Forma Breve, nº 4, 2006, pp.303-313, da Universidade de Aveiro, Portugal. Já o ensaio Epifanía y poema en prosa (El Livro do Desassossego de Fernando Pessoa/Bernardo Soares) foi publicado originalmente em castelhano na revista Forma Breve, nº 2, 2004, pp. 71-79, e na Revista do Centro de Estudos Portugueses (Cesp) da Universidade Federal de Minas Gerais, de Belo Horizonte, v. 25, nº 34, jan-dez, 2005, pp.13-22.
Adelto Gonçalves é doutor em Letras na área de Literatura Portuguesa e mestre na área de Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e Hispano-americana pela Universidade de São Paulo (USP). Fez trabalho de pós-doutorado com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp) na Universidade de Lisboa em 1999-2000.
Jornalista desde 1972, trabalhou em O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, Editora Abril e A Tribuna, de Santos. Foi correspondente em Lisboa da revista Época em 1999-2000. É colaborador do quinzenário As Artes entre as Letras, do Porto, e dos jornais Diário dos Açores, A Tribuna, de Santos, Jornal Opção, de Goiânia, A Tarde, de Salvador, e revistas Vértice e Colóquio/Letras, de Lisboa, Revista Brasileira, da Academia Brasileira de Letras, e Forma Breve, da Universidade de Aveiro, entre outras. É sócio-correspondente da Academia Brasileira de Filologia (Abrafil), do Rio de Janeiro.
Estreou na literatura em 1977 com o livro de contos Mariela Morta. Em 1980, ganhou menção honrosa do Prêmio Nacional José Lins do Rego da Livraria José Olympio Editora, do Rio de Janeiro, com o livro Os vira-latas da madrugada (Rio de Janeiro, Livraria José Olympio Editora, 1981). Em 1986, obteve o Prêmio Fernando Pessoa da Fundação Cultural Brasil-Portugal, participando do livro Ensaios sobre Fernando Pessoa.
Conquistou os prêmios Assis Chateaubriand de 1987 e Aníbal Freire de 1994, ambos da Academia Brasileira de Letras. Em 2000, com Gonzaga, um poeta do Iluminismo (Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999), seu trabalho de doutorado, ganhou o Prêmio Ivan Lins de Ensaios da União Brasileira de Escritores e Academia Carioca de Letras.
Em 1999, publicou o seu primeiro livro em Portugal: o romance Barcelona Brasileira (Lisboa, Nova Arrancada, 1999), que saiu no Brasil em 2002 pela Publisher Brasil, de São Paulo. Em 2003, publicou pela Editorial Caminho, de Lisboa, Bocage: o perfil perdido, seu primeiro trabalho de pós-doutorado. Escreveu prefácios para dois livros de contos de Machado de Assis publicados em 2006 e 2007 pelo Centro Lusófono Camões da Universidade Estatal Pedagógica Hertzen, de São Petersburgo, Rússia, em edição bilíngüe russo-portuguesa, com o apoio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Atualmente, com bolsa da Unip, desenvolve pesquisas no Arquivo Público do Estado de São Paulo sobre a atuação de ouvidores, juízes de fora e juízes ordinários na capitania de São Paulo (1709-1822). Tem prevista a publicação pela Ateliê Editorial, de Cotia-SP, do livro Aventureiros paulistas: a formação da capitania de São Paulo no século XVIII.
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