Uma simples caminhada entre árvores pode fazer mais pela sua saúde mental do que se imagina. Pesquisas recentes revelam que o contato com a natureza tem efeitos comparáveis — e, em alguns casos, superiores — aos de medicamentos antidepressivos. Mas como isso é possível?
Estudos conduzidos por universidades como Stanford e Harvard demonstraram que pessoas que passam ao menos duas horas por semana em ambientes naturais apresentam níveis significativamente menores de estresse, ansiedade e sintomas depressivos. A exposição a paisagens verdes ativa regiões do cérebro associadas à calma, reduz o cortisol (hormônio do estresse) e melhora a qualidade do sono.
O conceito de “banho de floresta”, ou shinrin-yoku, surgiu no Japão nos anos 1980 e vem ganhando força em todo o mundo como estratégia terapêutica. Trata-se de caminhar em silêncio por trilhas naturais, ativando os sentidos e desacelerando o ritmo mental. Uma pesquisa publicada na Frontiers in Psychology mostrou que essa prática tem impacto direto na redução da ruminação mental — um dos fatores centrais da depressão.
Além disso, o contato com a luz natural regula a produção de serotonina e melatonina, melhorando o humor e o ciclo do sono. Caminhar em trilhas, visitar cachoeiras, explorar áreas de mata ou simplesmente estar ao ar livre reduz sintomas de irritabilidade, tristeza e fadiga mental.
O turismo de bem-estar, que une lazer e saúde emocional, cresce cada vez mais. Destinos como Chapada dos Veadeiros, Serra da Mantiqueira ou as trilhas costeiras do sul do Brasil vêm atraindo não só por sua beleza, mas também por seu efeito restaurador. Muitos hotéis e pousadas já oferecem programas de reconexão com a natureza, incluindo meditação, yoga ao ar livre e caminhadas guiadas.
Em tempos de burnout, excesso de telas e urbanização intensa, a natureza se reafirma como um remédio acessível, eficaz e sem efeitos colaterais. Talvez, para se sentir melhor, o que você realmente precisa é só de um pouco de mato — e silêncio.
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