Cresce a rejeição à involução perpetrada pelo governo Bolsonaro

Cresce a rejeição à involução perpetrada pelo governo Bolsonaro

 

por César Cantu(*)


Os bolsonaristas perderam a retórica, daí, desesperados e raivosos, unem os opositores sob a égide da esquerda e os culpam. Ofendem, mentem, manipulam fatos e informações. Os que não concordam com eles são "comunistas", "vermelhos", "petistas", incluem nessas qualificações até os diametralmente opostos, como o alto oficialato do neoliberalismo no Brasil: os tucanos.


Nessa cegueira, eles não percebem que a culpa de suas derrotas está em si próprios, na sua luta inglória, contrária à evolução civilizatória, retorno ao passado, uma condição que só se sustenta sob regime ditatorial.


Ninguém, ou quase ninguém, aceita hoje:


- O uso da força (ditadura) como alternativa de gestão pública;


-  A transcendência do capital sobre as necessidades do ser humano (os dissimulados fingem desconhecer que o capital é apenas um meio disponível para o provimento da subsistência do ser humano, acumulando-o, garantindo-lhes poder análogo ao feudalismo).


-  A total incompetência e falta de liderança do governo para gerir as instituições do Estado, fazendo delas, em muitos casos, instrumentos políticos, com finalidades até pessoais;


- Manipulação e controle dos organismos de Estado em favor de grupos corporativos, em detrimento dos interesses públicos;


- Negar  as conquistas da Ciência e Tecnologia, seus comprovados resultados e certificados, admitindo-se apenas a intuição pessoal, leiga, com resultados não comprovados e não credenciados;


- O entreguismo de nossas riquezas naturais e empresas estatais a grupos estrangeiros, sob administração, vigilância e cuidados de autóctones testas-de-ferro;


- A transformação do Brasil em mero exportador de matéria prima e commodities e importador de manufaturados;


- A banalização da bandeira nacional como símbolo e, na prática, não agir de acordo com o seu significado mais profundo;


- Baixeza de um comportamento truculento, instigador, levando as pessoas a se relacionarem à base do individualismo, da ofensa mútua, do confronto e violência individual, atacando-se uns aos outros.


No momento em que o bolsonarismo se der conta de que ele emergiu do passado remoto, ou a ele está retornando, insistindo nesse retroceder, cometendo, como diria Einstein, a estupidez de repetir erros, esperando, a cada experiência, resultados diferentes, talvez aí esse aparente movimento (anti)social retornará ao lugar de onde nunca deveria ter saído: o obscurantismo do "baixo clero" político, em que o elemento leva uma existência movida principalmente por interesses provincianos e pessoais.

 

(*)Carlos César Micalli Cantu, Engenheiro Químico (EPUSP), pós-graduado em disciplinas de gestão de riscos (Qualidade, Proteção Ambiental, Segurança do Trabalho e de Processos e Gestão de Riscos), atuante nos movimentos de base voltados para as políticas públicas e bem estar socioambiental. Autor dos livros: O Jugo do Destino Sob Controle, Flagrantes da Tragédia Humana, Histórias Verídicas sobre Temas Recorrentes e Poemas para os 40 Amores Perdidos.

 

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