Órgão internacional alerta sobre mais recordes de calor
Genebra, 16 jul (Prensa Latina) O panorama previsto para os próximos cinco anos em relação à variação de temperatura indica que o calor continuará rompendo recordes, informou a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Se tomar-se como base o fato de que junho deste ano foi o segundo mais quente da história, superado pelo de 2019 por apenas 0,01 graus centígrados, se reafirma que a temperatura do próximo quinquênio pode chegar até 1,5 graus acima dos níveis pré-industriais, limite estabelecido pelos cientistas para evitar terríveis consequências sobre a vida humana e os ecossistemas.
De acordo com os especialistas da OMM, é necessária uma ação climática urgente e sustentada, lembrando que a redução de emissões pela Covid-19 não é nem será suficiente.
Enfatizam que os últimos cinco anos foram os mais quentes desde que há registros, enquanto no último ano as temperaturas médias têm estado 1,3 graus acima dos níveis pré-industriais, o que permite predizer que essa tendência climática continuará.
É provável que a temperatura média mundial anual esteja pelo menos um grau acima em cada um dos próximos cinco anos, ou seja entre 2020 e 2024.
Estas previsões indicam que a probabilidade de que, em pelo menos um ano, esse valor de referência seja superado em mais de 1,5 graus, é de 20%, afirma o mais recente boletim sobre o clima mundial.
Segundo o estudo, a temperatura média da Terra já está 1,0 graus acima do valor da era pré-industrial e há 70% de probabilidade de que, durante os próximo cinco anos, haja um ou vários meses com uma temperatura pelo menos 1,5 graus acima desses níveis.
Portanto, afirmam os especialistas da OMM, a temperatura de praticamente todas as regiões, exceto partes dos oceanos meridionais, será mais quente que no passado recente.
Em 2020, é provável que a temperatura de amplas áreas terrestres do hemisfério norte supere em mais de 0,8 graus o valor correspondente à média do período 1981-2010, porém, neste mesmo ano, é possível que o Ártico esquente mais que o dobro da média mundial.
'Este estudo de alto nível científico põe em evidência o longo caminho que falta percorrer para cumprir o objetivo do Acordo de Paris sobre a Mudança Climática de conseguir que o aumento da temperatura mundial fique muito abaixo dos dois graus em relação aos níveis pré-industriais', expressou o Secretário Geral da OMM, Petteri Taalas.
Tais projeções se baseiam em conhecimentos especializados e foram elaboradas com os melhores modelos informáticos do mundo, ainda que nesta ocasião não levaram em consideração as mudanças nos níveis de emissões de gases do efeito estufa e aerosol que resultaram das medidas de confinamento adotadas pela pandemia.
jf/crc/jp
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