O seqüestro e a morte da adolescente brasileira Eloá Pimentel acabou revelando outro caso policial. O pai da garota, Everaldo Pereira Santos, é acusado de ter pertencido a um grupo de extermínio da Polícia Militar (PM), antes de fugir da capital de Alagoas para São Bernardo do Campo (SP) com a família. Enquanto as investigações continuam, ele está foragido da polícia.
Agora, a situação do pai de Eloá pode ficar ainda pior. O Ministério Público de Alagoas recebeu a denúncia de que ele teria matado sua ex-esposa, Marta Vieira, porque esta não queria se separar dele.
A acusação é feita pela irmã de Marta, a agricultora Sônia Regina Vieira, 43 anos. Ela contou que só falou sobre o caso agora porque antes temia que sua família fosse morte e a história viesse à tona. Sônia diz que Everaldo e sua irmã brigava muito porque ele queria se separar para ficar com a atual esposa emãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel.
Sônia relata que Everaldo costumava levar o almoço para sua irmã e que um dia ela não voltou mais para a casa. Os familiares foram procura a mulher e encontraram-na morta, esquartejada, ao lado do prato de comida.
Na época, a família de Marta disse que recebeu ameaças de Everaldo para não procurar a polícia. Com medo, eles ficaram quietos. Sônia disse ao Ministério Público que Everaldo matou outras pessoas como pistoleiro, em vários estados do Nordeste. Depois da morte do delegado Ricardo Lessa, ele teria fugido para São Paulo com a mãe de Eloá e adotado um nome falso.
Em nota, através de seu advogado, Everaldo constesta a acusação e diz que são fruto de vingança. Ele responde que na ocasião estava se separando de Marta para viver com a atual esposa, Cristina, mãe de Eloá, o que gerou muito ódio.
Everaldo já foi denunciado por quatro assassinatos e é suspeito de envolvimento em outros dez. Há quatro mandados de prisão contra ele, por crimes que aconteceram em 1990, 1991 e 1996.
A vítima mais conhecida foi o delegado Ricardo Lessa, assassinado em outubro de 1991. Irmão do ex-governador Ronaldo Lessa, ele investigava o grupo de extermínio.
Depois da morte do delegado, Everaldo ainda viveu em liberdade em Maceió por quatro anos. Em 1993, nasceu a filha mais nova, Eloá. Dois anos depois, oito policiais militares foram denunciados pelo crime e Everaldo era um deles. O ex-militar abandonou o quartel, reuniu a família e fugiu.
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