Num documento muito esperado, a Comissão Teológica Internacional da Igreja disse que o limbo reflete uma "visão excessivamente restritiva da salvação", segundo o Serviço de Notícias Católico, que obteve a cópia do texto na sexta-feira, escreve Reuters.
Havia anos que se esperava a extinção definitiva do conceito de limbo, e o documento, chamado "A esperança de salvação para bebês que morrem sem ser batizados", foi encarado como algo definitivo, já que o limbo jamais fez oficialmente parte da doutrina religiosa da igreja.
O papa Bento 16 autorizou a publicação do documento.
Segundo a reportagem do serviço de notícias, o texto, de 41 páginas, diz que os teólogos que assessoravam o papa na questão concluíram que, como Deus é piedoso, ele "quer que todos os seres humanos sejam salvos".
O texto diz que a graça tem preferência sobre o pecado, e a exclusão de bebês inocentes do céu não parecia refletir o amor especial que Cristo tinha pelas crianças, afirmou o Serviço de Notícias Católico, de propriedade da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos.
O limbo, que vem da palavra em latim para "borda", "limite", era considerado por teólogos medievais um estado, ou lugar, reservado aos mortos não-batizados, incluindo gente de bem que havia vivido antes da chegada de Cristo.
"Nossa conclusão é que os vários fatores que analisamos ... fornecem uma base teológica e litúrgica séria para esperar que os bebês não-batizados que morrerem serão salvos", diz o documento.
Os ensinamentos da Igreja Católica dizem que o batismo elimina o pecado original, que marcou todas as almas com a expulsão de Adão e Eva do Paraíso.
O catecismo oficial da Igreja, lançado em 1992 depois de décadas de elaboração, já não usava o conceito de limbo.
Na Divina Comédia, Dante Alighieri colocou os pagãos virtuosos e os grandes filósofos clássicos, como Platão e Sócrates, no limbo.
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