O resultados de um estudo feito pela uma equipa internacional foram publicados na edição desta sexta-feira da revista médica britânica The Lancet. O estudo coloca em xeque normas internacionais que consideram uma hora por dia de exercícios suficiente para prevenir males cardíacos e obesidade infantil.
Riscos
O estudo analisou 1.730 crianças em escolas na Dinamarca, Estônia e Portugal.
Através de medidores de atividade, elas foram monitoradas pelos cientistas durante quatro dias, incluindo um fim de semana.
Os melhores indíces de saúde - pressão sangüinea, metabolismo - foram registrados em crianças de nove anos que fizeram em média 116 minutos de atividade moderada a intensa, e adolescentes de 15 anos que praticaram exercícios por 88 minutos diários.
Isto corresponde a caminhar a uma velocidade média de 4 km/h o passo normal de um ser humano por cerca de 90 minutos.
Sedentarismo
O fato de crianças não conseguirem alcançar sequer esta meta chama atenção para o crescente sedentarismo infantil.
O professor Lars Bo Anderson, da Escola Norueguesa de Ciências do Esporte, em Oslo, sublinhou que os 90 minutos diários de exercício não precisam ser realizados de uma só vez crianças podem espaçar sua atividade física ao longo do dia.
O problema é que, como aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS), crianças estão cada vez menos aproveitando os espaços onde poderiam brincar e realizar atividades físicas.
A crescente motorização, os riscos de acidente de trânsito, e o desaparecimento, ou a percepção do desaparecimento de espaços públicos seguros, onde crianças possam caminhar, brincar ou pedalar, parecem ser fatores importantes restringindo a mobilidade infantil hoje em dia, diagnosticou a OMS.
A construção de playgrounds não é a solução. Ao promover atividades rotineiras na vida das crianças, como caminhar e pedalar pelo bairro, ou entre a casa e a escola por vias livres e seguras, formuladores de políticas públicas aumentam as oportunidades para elas se moverem de maneira independente e elevarem seu nível de atividade física.
Exercícios
Este foi o primeiro estudo a acompanhar crianças diretamente através de aparelhos em estudos semelhantes, os cientistas tomavam como base estimativas de exercício físico feitas pelas próprias crianças ou por seus pais.
Para o time de especialistas, a pesquisa comprova a importância da atividade física independentemente de outros fatores, como hábitos alimentares, estilo de vida e publicidade de alimentos.
Segundo eles, a associação entre grau de atividade física e riscos cardiovasculares ocorreu independente do grau de adiposidade [das crianças pesquisadas], e foi similar para crianças magras ou acima do peso.
A prevalência de obesidade em jovens demanda ações preventivas focadas em mudanças comportamentais, modificação de hábitos alimentares e o incentivo à atividade física, resumiu o relatório.
As sementes da morbidez na idade adulta, como doenças vasculares e metabolismo alterado, são plantadas na infância.
BBC Brasil
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