TV Digital está em oito capitais e conversores ficaram 82% mais baratos

Em entrevista com jornalistas para o Bom Dia Ministro, com duração de uma hora e transmitida para rádios de todo o País, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, falou sobre a TV Digital e da instalação de banda larga nas escolas da rede pública. O programa é produzido pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República e transmitido via satélite. Leia abaixo os principais trechos.


TV Digital - "A TV Digital já está em oito capitais brasileiras e em um pólo importante, que é Campinas. Está chegando agora no interior de São Paulo e depois no interior do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Já estamos com a tecnologia 3G implantada há cerca de seis meses. Foram seis meses de muito esforço por parte das companhias de telefonia móvel para a implantação em tempo recorde desta nova tecnologia, que já está nas principais capitais brasileiras e em várias cidades do interior. Cidades menores, de até 100 mil habitantes, já estão recebendo a tec nologia de terceira geração."


Conversores - "Em Belo Horizonte, nas principais lojas de eletroeletrônicos você é possível comprar o conversor da TV Digital por R$ 240,00 Olha a diferença. Quando lançamos a TV Digital, em dezembro de 2006 em São Paulo, o conversor custava R$ 1.400, e naquela época eu disse : não compre porque está caro demais. Na verdade, era mais caro que um IPhone, que um DVD, que um televisor. Mas, hoje, o conversor popular já está sendo vendido a R$ 240,00. Não só em BH, mas nas principais capitais e cidades onde já temos a TV Digital. Se você quiser um conversor um pouquinho diferente ele pode até ser mais bonito na apresentação, mas ele faz a mesma coisa que faz o conversor de R$ 240. O mais caro hoje no mercado custa R$ 450,00. Então houve uma queda de preço formidável."


Sistema brasileiro - "Tivemos muita preocupação na definição do sistema brasileiro de televisão digital, porque temos três sistemas que estão implanta dos no mundo inteiro: americano, europeu e asiático (japonês). Por que decidimos por um sistema baseado no sistema japonês? Porque os outros dois sistemas, o americano e o europeu, não atendiam às necessidades das políticas públicas de comunicação do Brasil. Por exemplo: o americano só transmite para um televisor fixo. O europeu usa praticamente e exclusivamente o sistema stander de televisão. Não faz alta definição como o sistema americano. E, quando faz a transmissão móvel, é preciso usar uma linha telefônica.

Então, tenho que pagar a companhia telefônica para receber a imagem de televisão no meu celular ou no carro. Isto praticamente inviabiliza porque a US$ 1,25 o minuto de televisão transmitido para o seu celular quem vai poder paga? No Brasil se fosse um real, como se paga hoje pelo pré-pago, você ainda sim não poderia ver televisão no celular. Porque pra você ver um capítulo da sua novela enquanto você está viajando no ônibus ou no trem você vai pagar R$ 60,00. É uma coisa absurda, então decidimos pelo sistema japonês que faz tudo isso gratuitamente."

Crise e TV Digital - "Essa crise, curiosamente, não chegou no setor de telecomunicações, até pelo fato de que, aqui entre nós, quanto maior a crise, mais gente fala no telefone. Mas se queremos ouvir mais notícias ficamos agarrados na televisão ouvindo o que está acontecendo. Então, acho que o último lugar que essa crise vai chegar é neste setor. Todas as empresas estão investindo e multiplicando seus esforços. Mas é evidente que, como a crise é mundial, terá alguns reflexos no Brasil. O primeiro foi o aumento do dólar. Isto dificulta um pouquinho quanto ao custo dos aparelhos, que são importados. Mas o Brasil já está fabricando os principais instrumentos da TV Digital e do rádio digital, por exemplo. Estamos exportando os transmissores da TV Digital para os Estados Unidos. O maior exportador de transmissores de TV Digital hoje para os Estados Unidos é o Brasil. Produzimos ess es transmissores em Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, e na Zona Franca de Manaus. O Brasil está muito preparado para enfrentar a cris e e está muito bem no setor de telecomunicações. Ao invés de estarmos importando a maioria dos equipamentos, estamos exportando."

Transmissão - "Temos a transmissão em alta definição para os receptores fixos se quisermos fazer as transmissões standers como o sistema europeu. Mas fazemos a transmissão móvel e a para o celular gratuitamente, ou seja, não custa nada.Em todas as sete capitais brasileiras, mais Campinas, onde já estamos atuando com a TV Digital, você já tem rigorosamente o que eu disse: a televisão em alta definição, a stander, a móvel e a fixa.. O sistema brasileiro de televisão digital é avançado, e tem ferramentas especiais. Pegamos o sistema japonês e melhoramos, porque a interatividade que existia no sistema japonês era toda voltada para o comércio eletrônico. Por mais que a gente queira entender a importância do comércio eletrônico, para nós a interatividade é importante na medida em que você pode usar essa ferramenta. A TV D igital, numa sala de aula onde você pode transmitir para todo Brasil, não é só o professor que fala. O aluno também pode."


Banda Larga nas escolas - "No momento, estamos na primeira fase de implantação do sistema, colocando pelomenos um kit telecentro em cada um dos municípios brasileiros. Todos receberam, nos últimos 18 meses, um kit completo para se fazer a recepção de internet banda larga. Isso são computadores, roteadores, DVDs, projetores, telões etc. Nas cidades do interior, normalmente se tem em uma de cada 100 escolas. Quando há até três escolas, coloca-se em todas. Quando há mais dez escolas, passamos para a segunda fase do programa que é a instalação da banda larga direto pelas companhias telefônicas. Fizemos um convênio com as companhias no ano passado em que ficou acordado que elas tinham que investir neste ano aproximadamente R$ 1,2 bilhão para instalar pequenas cabines telefônicas para cada 50 mil habitantes em todas as cidades do Brasil. Essas c abines vinham com acesso à internet discada, um fax e um telefone.

Com um problema: o usuário teria que pagar pelo serviço. Então, fizemos um acordo com as companhias. Em vez de instalarem essas cabines telefônicas, elas se comprometeram a instalar a internet banda larga nas escolas. Até 2010, chegaremos a 50 mil escolas. Neste momento, já estamos em dez mil. Nossa proposta é chegar até maio ou abril do ano que vem com 18 mil escolas no Brasil inteiro. O programa vai chegar a 142 mil escolas em cinco anos. É evidente que há uma certa dificuldade em atender certas áreas remotas, onde ainda não há sequer uma ligação telefônica capaz de suportar a banda larga. Estamos começando pela zona urbana. Mas, atendendo a zona urbana, já vamos cobrir, até o final deste governo, 85% de todos os estudantes da rede pública."


Inclusão digital - "Temos algumas experiências que são formidáveis. Realizamos alguns testes antes de começarmos a fazer a implantação da banda larga em t odo País. A idéia começou a partir do sentido de que nós, levando a banda larga às escolas, estaríamos ajudando não só os alunos, mas também os professores e a própria comunidade. Na maioria das pequenas cidades do Brasil, a escola é o centro da atenção. Quando se coloca um telecentro completo, com 12 computadores e mais todos os móveis necessários, e instala a conexão banda larga, é dada a comunidade uma extraordinária opção em fonte de pesquisas, informação, de participação em ações da comunidade, do estado, do País e até do exterior. A banda larga é uma nova ferramenta de interação no mundo inteiro.

Isso está acontecendo em todas as cidades. Evidentemente que muita gente ainda precisa aprender a mexer com essa nova tecnologia. Os jovens não costumam ter problema. Para as crianças então, é algo formidável. Os mais velhos é que precisam ter uma interação maior com o computador."


Eficácia - "A eficácia do programa é medida de acordo com o que se fez no exterior com muito sucesso. Estamos acompanhando, por exemplo, a implantação de programas de banda larga nos Estados Unidos, na Europa e em alguns países da América Latina. Estamos entendendo que a internet é absolutamente essencial. Ela não pode mais faltar na sala de aula, nem deixar de ser usada por aqueles que estão aprendendo. Dados dos ministérios das Comunicações e da Educação mostram que, quando se coloca internet em uma escola, o rendimento dos alunos aumenta em mais de 80%. Tenho alguns exemplos formidáveis. Em Tiradentes, Minas Gerais, onde fizemos um dos primeiros projetos de banda larga nas escolas, o rendimento dos alunos foi 80% melhor nos primeiros seis meses."


Acesso digital - "Temos apenas oito anos, porque já se passaram dois desde o momento em que assinamos, em 2006, o Decreto nº 5.820. O tempo é suficiente, sim. Na verdade, o que estamos observando no mundo inteiro é que o processo digital veio para ficar. Ele já está definido nos EUA, na Europa, na Ásia e o estamos definindo no Brasil e na América do Sul. Vamos, inclusive, levar o nosso projeto de TV Digital para a Argentina, que já e stá praticamente assinado, para o Chile, Peru, Venezuela, entre outros países. O sistema digital vai diminuir custos. Se você for sair hoje no mundo inteiro para comprar equipamento analógico, não conseguirá encomendá-los. Com isso, os preços vão caindo. Em 2016, vamos desligar o sistema analógico, como acontecerá em três meses nos Estados Unidos. Os europeus e japoneses programaram o desligamento do sistema analógico em 2010.

Se não fizermos o mesmo, ficaremos atrasados. O Brasil entrou na era digital, deu um passo definitivo. Estamos vivendo em um momento de plena convergência mundial. De repente, o seu televisor passa a ser um ponto de acesso de comunicação, não será apenas um televisor. Haverá a internet e telefone pelo televisor. Tenho certeza que o sistema será muito bom para o País inteiro, porque resolveremos alguns problemas clássicos da televisão. Quando começamos a fazer os primeiros testes, fomos para São Paulo, que é a praça mais difícil pela barreira dos edifíc ios e tamanho da cidade. Hoje, toda a região metropolitana de São Paulo está coberta com a TV Digital, com imagem perfeita. Com o sinal digital não existe meio termo - ou se recebe a imagem perfeita ou não se recebe imagem nenhuma. Apuramos que, na Grande São Paulo, 85% das imagens da TV analógica são deficientes."

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey