63 anos após o rebentamento da bomba nuclear em Nagasaki (data que se assinala amanhã), a Humanidade ainda não retirou os ensinamentos necessários da terrível tragédia e a corrida ao armamento nuclear continua a ser uma realidade no nosso planeta, o que nos faz correr riscos mesmo em tempo de paz.
Exemplo disso é a actual situação de contaminação radioactiva que está a ocorrer à volta do Sitio nuclear de Tricastin, na região do Vale do Ródano em França. Hoje, tudo leva a crer que a contaminação radioactiva dos lençóis freáticos que foi agora detectada e que está, para já, a afectar quatro concelhos, não tem como única origem o acidente ocorrido no passado mês de Julho, com uma fuga que levou ao despejo de urânio no meio ambiente. As entidades de segurança nuclear francesa suspeitam que esta contaminação é muito mais alargada e antiga e que tem também como proveniência os resíduos radioactivos de origem militar ali depositados. Esta ocorrência está a preocupar grandemente a população que, por enquanto, desconhece os danos que pode ter sido causados à sua saúde, que se vê privada do abastecimento de água e que vê ameaçada a actividade agrícola dominante na região.
Esta situação é, não só demonstrativa da perigosidade da energia nuclear, seja ela para fins energéticos ou militares, como também do facto de serem muitos os países que continuam a investir neste armamento, entre eles a França, pondo em perigo o meio ambiente e a humanidade.
Os Verdes consideram que esta data é mais uma oportunidade para alertar a Humanidade para os perigos do nuclear e reafirmam mais uma vez a sua oposição total a esta opção. Consideram ainda que Portugal deve continuar a recusar este caminho tanto a nível energético como militar. O nosso país deve, isso sim, empenhar-se no seio da União Europeia, para que os investimentos nesta área sejam canalizados para a pesquisa no sentido de se encontrar uma solução para a mitigação dos riscos dos resíduos radioactivos hoje existentes no planeta (muitos dos quais estão muito perto de nós, em Espanha), para o encerramento progressivo das centrais existentes e para um empenho mundial na paz e no desmantelamento progressivo do armamento.
O Partido Ecologista Os Verdes
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