Cirurgia refrativa é um procedimento terapêutico no Brasil - Planos de saúde passam a cobrir cirurgia refrativa para hipermetropia até 6 graus e miopia a partir de 5 graus, associada ou não ao astigmatismo.
Levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que o brasileiro não cuida bem da visão. Isso porque a pesquisa mostra que 75% dos que usam óculos continuam não enxergando bem. O lugar preferido para os óculos, principalmente entre mulheres é a bolsa, afirma o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto.
Um estudo conduzido pelo médico com 1,25 mil pacientes, sendo 754 mulheres e 496 homens, com idade entre 20 e 48 anos, mostra que 6 em cada 10 pessoas que não enxergam bem preferiam estar bem longe dos óculos.
Desde 2001 os planos de saúde só cobriam cirurgia refrativa para miopia de grau igual ou maior que sete graus. Quem tivesse grau menor precisava desembolsar, no mínimo, R$ 3 mil para se livrar dos óculos. A Resolução 167 da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) que entrou em vigor no último dia 2, ampliou esta cobertura. Os planos de saúde passam a cobrir cirurgia refrativa para hipermetropia (dificuldade de enxergar de perto) até 6 graus, miopia (dificuldade de enxergar de longe) a partir de 5 graus, associada ou não ao astigmatismo (deformidade da córnea que dificulta a visão de perto e longe).
Para Queiroz Neto, a resolução reflete a posição do CFM (Conselho Federal de Medicina) que desde 2006 considera a cirurgia laser pelos métodos PRK ou Lasik cobertos pelos planos como opção terapêutica ao uso de óculos e lentes de contato. O problema é a que Sociedade Brasileira de Cirurgia Refrativa estima que para 50% dos candidatos é indicada a cirurgia personalizada que não é coberta pelos planos. O especialista explica que o método corrige, além do vício de refração, imperfeições da superfície corneana que crescem conforme envelhecemos.
Independente do método, ele explica que a correção cirúrgica só é indicada para maiores de 18 anos, com boa espessura de córnea, grau estável por pelo menos um ano e que não tenham doenças oculares como distrofias corneanas, glaucoma, catarata ou olho seco. Além disso, ressalta, durante a gravidez ocorrem mudanças temporárias nos vícios de refração decorrentes da maior retenção de água pelo organismo e a cirurgia é contra-indicada neste período. Os melhores resultados cirúrgicos são obtidos para graus baixos ou moderados e o ideal, comenta, seria o direito ao procedimento a partir de 3 graus de miopia. A resolução da ANS beneficia principalmente a nova geração, observa. Isso porque, esclarece, depois de horas de trabalho escolar, quem tem hipermetropia sente maior dificuldade de foco causada pelo cansaço da musculatura ciliar, o que leva à sonolência, falta de atenção e leitura confusa.
Já o míope, apesar da maior facilidade de leitura, tem dificuldade para praticar esporte, dirigir, paquerar, acompanhar aulas, palestras e filmes. O especialista diz que apesar do procedimento ser bastante seguro o estudo que realizou demonstra que por falta de informação 16% dos entrevistados têm medo de fazer a cirurgia. Queiroz Neto afirma que este temor não se justifica porque os exames pré-cirúrgicos estão cada vez mais precisos e tornam a operação bastante previsível.
Como em qualquer outro procedimento podem ocorrer infecções, mas o mais comum, comenta, é a hipocorreção (quando sobra grau) e a hipercorreção (quando a correção é acima do ideal), problemas que acontecem quando o grau não está estabilizado.
Para quem passou dos 40 e tem presbiopia ou vista cansada, o procedimento libera dos óculos de leitura 6 em cada 10 hipermétropes e 90% dos que tem miopia ou astigmatismo.
Eutrópia Turazzi
LDC Comunicação
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