Os Estados Unidos são a terra prometida para milhões de pessoas no mundo inteiro, pessoas que querem emigrar para este país, mas, segundo um estudo, também há milhões de pessoas que, vivendo em solo americano, mudariam para outra nação.
Os resultados de um estudo realizado pela empresa New Global Initiatives e divulgado ontem revelam que mais de três milhões de americanos já tomaram a decisão de ir para outros países, enquanto outros 14 milhões afirmaram "estar pensando seriamente" nessa possibilidade.
A pesquisa tentou descobrir as preferências dos entrevistados sobre seus destinos preferidos e os motivos que os levariam a se mudar para outro país.
O principal motivo para 49,6% dos entrevistados é "o desejo de viver em um ambiente menos estressante".
Robert Adams, presidente da New Global, disse que a "Europa é o destino preferido dos americanos por duas razões: muitos possuem vínculos culturais (com o continente), e também porque têm a idéia de que ali se vive muito melhor". O executivo acrescentou que "não se pode esquecer que as raízes de muitos americanos estão na Europa, e muitos estudantes, militares e homens de negócios ainda têm suas famílias lá".
O estudo, feito com 103.645 adultos dos EUA entre setembro de 2005 e dezembro de 2006, revelou que, atrás da Europa (42,8%), os destinos preferidos dos americanos são Canadá (14,1%) e Ásia-Austrália-Nova Zelândia (13%). "Nos EUA há muitos canadenses e famílias de origem asiática trabalhando. Eles formam uma grande parte do total de cidadãos que moram no país", disse Adams. "A população asiática nos EUA tem, geralmente, uma renda maior que a hispânica e, portanto, é mais fácil para eles retornar a seus países de origem e iniciar seus próprios negócios", explicou.
Os outros destinos apontados foram América Central (11,9%) e a América do Sul (5,3%), números que, segundo a pesquisa, possivelmente aumentarão nos próximos anos, já que os hispânicos são o grupo demográfico de maior crescimento nos EUA. Os imigrantes de países da América Latina representam 53% dos estrangeiros que vivem nos EUA, enquanto os asiáticos são 27%, segundo uma pesquisa realizada pelo Escritório Demográfico dos EUA. "Nos EUA, estão descobrindo que a vida na América Latina é mais relaxada e nossa crescente população latina fará com que esse sentimento se propague", explicou Adams.
Segundo o estudo, o grupo populacional com entre 18 e 34 anos emigraria para outros países, em primeiro lugar, "em busca de mudanças e aventuras".
Já a faixa com entre 35 e 69 anos o faria, principalmente, "porque o Governo está muito à direita".
Apesar dessa afirmação, Adams não relaciona as intenções dos americanos com o medo de atentados como os de 11 de setembro de 2001. "Não acho que o problema do terrorismo seja a principal causa pela qual as pessoas emigrariam. É mais porque não estão cômodos aqui", disse.
A outra cara da moeda é a que mostra que 82,1% dos americanos nunca visitaram outro país nem planejam fazê-lo. "São pessoas muito acostumadas à forma de vida daqui, que têm consciência do estresse que suportam, mas que o agüentam porque também não estão interessadas em trocar (de vida)", destacou Adams.
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