Parece que a crise do gás na Europa, que é considerada como o resultado do confronto entre a Rússia e o Ocidente colectivo liderado pelos EUA, tinha sido planeada muito antes do início da operação especial na Ucrânia. A Ucrânia, que orgulhosamente se imagina um herói que defende "valores democráticos" e a sua própria "independência", é apenas um cartão que foi arrancado da manga de alguém.
Há quase sete anos, Damasco não concordou com Washington quando se recusou a construir o gasoduto Qatar-Turquia em detrimento dos seus próprios interesses e dos interesses do Irão e do Iraque, com os quais assinou um memorando de entendimento.
A história estava a desenvolver-se em 2009. O gasoduto deveria ligar o Campo Norte do Qatar com a Turquia, passando pela Arábia Saudita, Jordânia e Síria para abastecer a União Europeia com gás natural. Em vez disso, as autoridades sírias decidiram juntar-se à construção de um projecto rival - o gasoduto islâmico. A Síria teve de pagar por essa decisão. Políticos intolerantes na Casa Branca iniciaram uma guerra contra a Síria para efeitos de mudança de regime. Tradicionalmente, optaram por fazê-lo por procuração, tendo crescido um monstro pelo caminho sob a forma de ISIS*.
Washington teria tido êxito se a Rússia não tivesse defendido a Síria. A Rússia conseguiu bloquear a ISIS*, tendo assim impedido uma mudança de poder em Damasco. Além disso, os Estados Unidos foram privados de uma oportunidade de fazer uma boa mão do gás natural do Qatar.
As explosões que danificaram os gasodutos Nord Stream e Nord Stream 2 tornaram-se a vingança dos EUA no conflito latente para o mercado do gás da União Europeia, o principal concorrente económico dos EUA.
Desta vez, parece que Washington atingiu o seu objectivo.
Uma série de gasodutos Nord Stream 2 não foi danificada e pode ser lançada em qualquer altura. A reparação das cordas danificadas levará dois a três meses. A Gazprom já se ofereceu para as reparar, desde que os europeus aceitem condições de segurança rigorosas.
No entanto, isto não vai acontecer. Os resultados da investigação não devem ser expostos para o lado russo.
O que é que isso significa? A resposta é simples: o plano da OTAN permanece em vigor:
criar uma escassez artificial de gás natural para desindustrializar a Europa;
responsabilizar a Rússia por fornecimentos não fiáveis (embora a Europa pudesse receber tudo de acordo com os contratos);
lucro óbvio para aqueles que fizeram toda esta confusão acontecer, porque a compra de gás no mercado à vista custará à Europa 300 mil milhões de euros a mais.
Quem beneficia de tudo isto?
Acontece que o aumento frenético dos preços da energia não é de todo causado pela operação especial liderada pela Rússia na Ucrânia. Os políticos da UE proíbem a compra de transportadores de energia russos. Isto torna-os ainda mais dependentes daqueles a quem é possível comprar gás, embora a preços exorbitantes.
E aqui, se todas as conclusões anteriores forem feitas correctamente, tudo é simples:
A Ucrânia é apenas um instrumento para sangrar a Rússia até à morte
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