Muito superior em todos os sentidos aos seus aliados anglo-saxônicos, o presidente francês demonstra maturidade e bom senso, atributos de um Estadista
Bem, mas que diferença. Hoje temos Emmanuel Macron, o Presidente da França, fazendo uma viagem diplomática demonstrando maturidade, compreensão da situação, bom senso, seriedade, kudos e praticamente tudo o que se pode esperar de um Chefe de Estado que se orgulha de si mesmo e de seu país. A postura de um Estadista. E que contraste com seus histéricos aliados anglo-saxônicos, aqueles que andam pelo mundo deportando populações inteiras e massacrando seus animais de estimação com gás (Ilhas de Chagos) ou então mentindo no Conselho de Segurança das Nações Unidas e invadindo um país soberano fora do auspícios do direito internacional (Iraque). E escapar impune de um acto de assassinato em massa.
Poderíamos acrescentar à lista o crime de utilizar terroristas existentes nas suas próprias listas de grupos proscritos na Líbia e se aliar a elementos diabólicos na Síria, elementos que cortaram os seios de freiras antes de estuprá-las, elementos que estupraram meninas antes e depois de decapitá-las, suas cabeças usadas como uma bola de futebol depois de serem forçados a assistir a seus pais serem torturados até a morte. Se isso não é maldade, eu não sei o que é.
Estamos a falar da mesma dupla dinâmica, que mentiu inúmeras vezes. Mentiram em 1991 quando o Pacto de Varsóvia foi dissolvido e prometeram que a OTAN não iria expandir para Europa oriental. Isso aconteceu cinco vezes e agora tem um punho de ferro cerrado ao redor da garganta de Moscou. Mentiram sobre Saddam Hussein ter armas de destruição em massa. Onde estão então?
Eles continuam a mentir sobre a Geórgia, dizendo que a Rússia invadiu em 2008. A verdade é que a Rússia realizou uma operação muito comedida e temporária depois que a Geórgia atacou as forças de paz russas na Ossétia do Sul, assassinando-as, enquanto concentrava tropas na fronteira da Abkhazia. Nenhum desses assuntos foi abordado pela Geórgia sob questões de nacionalidade, o que era a obrigação da Geórgia sob os termos da Constituição Soviética após a dissolução da União.
Então a Rússia não “invadiu” a Geórgia, ela pacificou, e muito profissionalmente, uma situação delicada, causada por Tblisi, e na época Moscou disse que não tinha intenção de “humilhar” o agressor (assassino). Interessante que os soldados georgianos, enquanto fugiam do Spetznaz berrando em terror, estavam sendo instruídos em inglês por oficiais com sotaque americano (“OK guys get back inside”).
A mesma dupla dinâmica (EUA e Reino Unido) esteve envolvida na bárbara destruição da Líbia, enviando o país com o maior Índice de Desenvolvimento Humano da África de volta à idade da pedra, fervilhando de terroristas e pontilhado de mercados de escravos, seu abastecimento de água destruído (crime de guerra), sua grelha de eletricidade quebrada (crime de guerra), e os netos de Muammar al-Gaddafy foram assassinados a sangue frio por um covarde no céu (da OTAN), e o local do massacre foi classificado como um “alvo legítimo”. Se isso não é maldade pura, digam-me o que é.
A mesma dupla dinâmica estava no Iraque durante o bombardeio de campos de cereais com aeronaves militares para matar de fome a população (crime de guerra) nos anos 90. Estranho como as imagens da RAI UNO desapareceram da Net.
E a seguir, a Ucrânia. A mentira repetida é que a Rússia anexou a Crimeia e invadiu a Ucrânia. E eles repetem isso tantas vezes que as pessoas tomam a mentira como facto. A mídia ocidental vende mentiras, mas raramente ou nunca diz toda a verdade sem uma inclinação ou preconceito. Chama-se lavagem cerebral os leitores/telespectadores crédulos, mais interessados em partidas de futebol e concursos de arrotos em reality shows.
Então, qual é a verdade? A verdade é que houve um golpe fascista em Kiev em 2014, derrubando o presidente democraticamente eleito da Ucrânia, Viktor Yanukovich, enquanto multidões saíam às ruas gritando “Morte aos russos e judeus”. Havia histórias da polícia ucraniana atirando contra a multidão. Na verdade, eles tinham ordens para não atirar. No entanto, houve relatos de agentes (de onde?) atirando do sexto andar do Hotel Ucrânia para a multidão para provocar histeria. No leste da Ucrânia, ocorreram massacres fascistas de ucranianos russófonos. Isso foi relatado na mídia ocidental? Civis foram massacrados por hordas fascistas. Senhoras de limpeza foram estranguladas com fio telefônico. Houve um massacre em Mariupol. Houve um massacre em Slavyansk. Houve um massacre em Odessa. Houve um massacre em Donetsk. Onde você lê sobre isso nos meios de comunicação ocidentais? Houve alguma menção única de esses massacres por parte dos dirigentes dos EUA e do Reino Unido?
E ENTÃO, depois desses massacres, a população ucraniana de língua russa em Donbas, nas repúblicas de Lugansk e Donetsk, pegou em armas para se proteger. Se eles tivessem familiares do outro lado da fronteira, com certeza alguns deles poderiam ter decidido ir ajudar os seus irmãos. Eles estavam sendo massacrados!
A mídia ocidental imprime uma única história sobre isso? A Secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Truss, e sua contraparte nos EUA, Blinken, sabem que esses massacres aconteceram? Então não os mencionam por quê?
E agora, a mão sinistra de Biden, o católico. Pesquise numa busca o nome de seu filho, Hunter Biden + Ucrânia + energia. Pode-se concluir que toda a situação da Ucrânia, incluindo os 14.000 mortos, cheira, direta ou indiretamente, a Joseph Biden e sua mão fedorenta, fétida e intrometida. Pode-se concluir que tudo o que ele toca com essa mão torna-se pútrido. A mão do maldade puro, a mão de intrusão, de mentiras, guiada por um monstro insolente, ganancioso e ultrapassado, um anacronismo político que está a mais no palco mundial.
Quanto à “anexação” da Crimeia, esse absurdo é risível. FACTO: O presidente democraticamente eleito da Ucrânia foi deposto em um golpe fascista. FACTO: o organismo com poderes legislativos na República da Crimeia, na ausência do Presidente, era a Assembleia da República. FACTO: Massacres fascistas de ucranianos russófonos começaram a ocorrer após gritos de “Morte aos russos” nas ruas de Kiev. FACTO: a assembléia legislativa da Crimeia decidiu realizar um referendo livre e justo, aberto, no qual a grande maioria dos crimenses decidiu retornar à Rússia. Para quem não entende o que é democracia, um voto livre, fiscalizado por dezenas de países, não é anexação. Pergunte a Liz Truss por que os britânicos organizaram um referendo nas Ilhas Malvinas.
Ao afirmar que deseja levar em conta a posição da Rússia, o presidente da França entende que há uma posição alternativa à exposta por Washington e seu chihuahua favorito, o Reino Unido, ansioso como sempre para receber um tapinha na cabeça e fazer arrulhando enquanto Washington fala de um "relacionamento especial" (à sua cara antes de ridicularizá-lo pelas costas. Pergunte a eles na Casa Branca o que Biden diz sobre os britânicos).
A posição da Rússia não é apenas clara, é totalmente compreensível. Depois de olhar para o histórico da OTAN na Líbia e na Síria, ao lado dos terroristas, depois de olhar para o registo dos EUA e Reino Unido no Iraque, depois do bombardeio demoníaco da Sérvia, depois do Afeganistão (um problema iniciado na década de 1970 pelos EUA, quando a Rússia/URSS apoiava um governo progressista que lutava pela igualdade de direitos das mulheres e implementava políticas de educação e saúde universais), depois de décadas de terrorismo e subversão e sabotagem de agentes secretos britânicos e americanos na União Soviética, tentando destruir o modelo que fornecia excelentes serviços públicos gratuitamente, depois que a OTAN mentiu sobre não expandir, a Rússia tem o direito de ficar nervosa. Nada de bom veio do Ocidente, apenas problemas. (Por exemplo, Napoleão e Hitler).
E então, bem-vindo Emmanuel Macron. Bem-vindo a Moscou, bem-vindo ao cenário internacional, bem-vindo à sua posição nos anais da diplomacia mundial como um estadista que entende o que é a diplomacia, que a pratica e que se distancia do bando de mentirosos nojentos sempre querendo briga, sempre a mesma dupla, sempre latindo, sempre resmungando, sempre cuspindo demonologia, ódio, veneno e hipocrisia.
Há questões mais urgentes que enfrentamos como irmãs e irmãos neste lar lindíssimo que cohabitamos. Parece que Washington e seu ajudante estão mais interessados em criar problemas e enviar tropas e vender armas do que apostar no desenvolvimento e educação. Após o desastre de duas décadas no Afeganistão, devemos ouvir ou acreditar em uma palavra que eles dizem? Ou devemos começar a prestar atenção a uma abordagem mais esclarecida e inteligente? A de Emmanuel Macron. E quem sabe, tantos outros que não tardam em aparecer agora.
Timothy Bancroft-Hinchey pode ser contatado em [email protected]
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