Oportunidades de negócios e a cultura comercial na Rússia foram tema de seminário organizado pela Apex-Brasil
CURITIBA - A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) e com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), promoveu, nessa quarta-feira (29 de agosto), em Curitiba (PR), o Seminário Mercado Foco Rússia.
Um público total de 280 empresários e representantes de entidades públicas e privadas conheceu oportunidades de negócios para exportadores brasileiros no mercado russo e recebeu informações econômicas, jurídicas e sobre as ferramentas de promoção comercial mais indicadas para empresas que queiram atuar naquele país. O evento foi transmitido ao vivo pela internet por webcast.
Técnicos da Apex-Brasil ministraram palestras sobre o Centro de Negócios da Agência em Moscou, sobre as perspectivas e tendências do mercado russo e as oportunidades de comércio exterior com a Rússia.
A entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC), oficializada neste mês, propiciará aos 155 países-membros da entidade melhor acesso ao mercado russo, com regras balizadas pela organização e opção de abertura de contenciosos no caso de práticas comerciais incompatíveis com as diretrizes da OMC. A Rússia tem hoje uma população de 140 milhões de habitantes e uma classe alta com grande potencial de consumo. Uma análise detalhada sobre o panorama econômico da Rússia, elaborada pela Unidade de Inteligência Comercial e Competitiva da Apex-Brasil, pode ser acessada aqui.
"O Seminário Mercado Foco visa atender à demanda por informações não somente sobre as potencialidades de negócios existentes na Rússia, mas também sobre os caminhos estratégicos para concretizar essas oportunidades em vendas para as empresas brasileiras", explica Juarez Leal, coordenador da Unidade de Estratégia de Mercado da Apex-Brasil.
Cultura de negócios
Outro tema abordado no Seminário foi o perfil cultural dos empresários russos. "Quem deseja negociar com o setor privado ou o setor público da Rússia precisa ser empreendedor e flexível, pois as coisas mudam rapidamente por lá", afirmou Jeroen Ketting, diretor da consultoria Lighthouse, que auxilia empresas europeias a se instalarem naquele mercado desde 1999.
Na programação do evento, também constaram depoimentos de empresários brasileiros que comercializam seus produtos na Rússia. A diretora de Exportação da Piccadilly (que atua no setor de calçados), Micheline Twigger, destacou as soluções encontradas por sua empresa para concretizar as negociações. O diretor da WEG Equipamentos Elétricos (empresa já estabelecida na Rússia), Sergey Mushchenko, e o sócio-proprietário da comercial exportadora Café Três Marias e vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira, Roberto Ticoulat, também participaram com depoimentos sobre a atuação de suas empresas naquele país.
Ao final das apresentações, os empresários da plateia fizeram perguntas aos palestrantes, e os gestores da Apex-Brasil prestaram atendimento individualizado, indicando as soluções mais adequadas para cada empresa no mercado russo, de acordo com seu perfil de maturidade e setor de atuação.
Workshops paralelos sobre os setores de máquinas e equipamentos, moda, alimentos, bebidas e agronegócios propiciaram o acesso dos empresários a informações mais detalhadas sobre as peculiaridades de cada um destes segmentos no mercado russo.
Empresários
Os empresários comentaram a importância do evento para seus negócios. "Estamos começando a exportar e recebemos um pedido de uma empresa russa. Agora, estamos conhecendo melhor o mercado e com mais condições de analisar esse negócio", disse Silvana Pires, gerente da IPFB Produtos Farmacêuticos e Biotecnologia, empresa de Ibiporã (PR) que tem como principal produto um curativo à base de biocelulose.
"Estamos procurando um distribuidor para podermos começar a vender para o mercado russo", conta Fabio Andrey da Silva, gerente da Sabor da Mata, empresa de Marialva (PR) especializada na produção de batata palha e salgados. "Viemos ao Seminário coletar dados sobre demandas de produtos e também informações que vão nos ajudar a filtrar os eventuais problemas de entrada no mercado russo", acredita Marcus Matumoto, diretor de criação da Shofarkids, empresa de Curitiba especializada na produção de brinquedos para colecionadores.
Ricardo Santos, sócio-proprietário da ACQUA Cosméticos, conta que sua empresa exportou pela primeira vez com ajuda do Programa Extensão Industrial Exportadora (PEIEX), desenvolvido pela Apex-Brasil. "Agora, viemos ao Seminário Mercado Foco buscar informações estratégicas sobre a legislação sanitária e o mercado local que poderão nos ajudar a exportar cremes para cabelo para a Rússia", explica.
Comércio Brasil-Rússia
Em 2011, o Brasil exportou US$ 4,216 bilhões para a Rússia. As importações ficaram em US$ 2,944 milhões, resultando em superávit de US$ 1,272 bilhão. Em 2012, até o mês de junho, as vendas externas brasileiras para os russos fecharam em US$ 1,588 bilhão, e as importações brasileiras somaram US$ 1,028 bilhão. As informações são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Até junho de 2012, ainda de acordo com dados do MDIC, os principais produtos vendidos pelo Brasil para a Rússia foram carnes desossadas de bovino congeladas (US$ 592,325 milhões), outros açúcares de cana (US$ 462,066 milhões), outras carnes de suíno congeladas (US$ 129,547 milhões), pedaços e miudezas comestíveis de galos e galinhas congeladas (US$ 69,560 milhões) e fumo não manufaturado (US$ 61,556 milhões).
Fonte: Apex-Brasil
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