O encontro entre o Presidente da Rússia, Vladimir Putin e Jaap de Hoop Scheffer, secretário-geral da OTAN, não aproximou as posições referentes ao escudo norte-americano de defesa antimísseis (NMD), ao Kosovo e ao Acordo sobre Forças Convencionais na Europa (FACE).
"O presidente expôs a posição da Rússia, nós expusemos a posição da Aliança e estas posições não coincidem", declarou Scheffer após o encontro. Putin anunciou, em abril, que a Rússia podia optar por uma moratória quanto ao FACE, dado que os países da OTAN não ratificaram o acordo. Na opinião de Scheffer, o FACE é "a pedra angular da segurança europeia."
O secretário-geral da OTAN declarou aos jornalistas que expôs pormenorizadamente as suas propostas no campo da interacção da Rússia e dos Estados Unidos no que respeita aos sistemas de defesa anti-míssil, nomeadamente sobre a exploração conjunta da Estação de Radares de Gabala, proposta por Putin.
A Estação de Radares de Gabala não vai resolver todas as questões relativamente à ameaça do lançamento de mísseis por parte de países párias, disse Scheffer, acrescentando que não se fica com a impressão de que seja vista como uma alternativa às conversações bilaterais entre os Estados Unidos e a Polónia e República Checa. A Rússia está preocupada com a ampliação da OTAN, especialmente com a possível admissão de novos países dentre os membros da Comunidade de Estados ex-soviéticos. Uma outra área de discordâncias é a planejada instalação de uns elementos do sistema de defesa antimíssil estadunidense no Leste Europeu. A Rússia opõe-se categoricamente a esses planos. Uma situação estranha criou-se em torno do adaptado Tratado sobre as Forças Armadas Convencionais na Europa.
Esse documento foi ratificado e está sendo cumprido pela Rússia, mas os países da OTAN até agora não o ratificaram. Se a situação continuar na mesma, Moscou aplicará uma moratória sobre a implementação desse instrumento. Umas contradições subsistem também em relação ao Kosovo. Foram comentadas pelo chanceler russo nestes termos: Estas questões incidem nos aspetos-chave da segurança européia e internacional e da estabilidade estratégica. As soluções propostas para as mesmas não deveriam significar reforço da segurança de uns à custa da segurança de outros. Para isso estamos preparados. Já dissemos várias vezes aos nossos interlocutores que os parâmetros da interação entre a Rússia e a OTAN dependem do rumo a adotar na futura transformação dessa aliança.
Apreciamos o formato do Conselho Rússia/OTAN, o qual permite examinar todos esses assuntos abertamente resumiu Serghei Lavrov.
O secretário-geral da OTAN, Jaap de Hoop Scheffer, por sua vez, disse que a OTAN precisa da Rússia, que a Rússia precisa da Aliança e que é necessário travar discussões, senão não seremos parceiros. Estamos olhando para a frente, e não para trás, estamos olhando para o futuro das nossas relações enfatizou Jaap de Hoop Scheffer.
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