A Procuradoria russa interrogou o multimilionário russo Boris Berezovski nesta sexta-feira (30) nas instalações da Scotland Yard em Londres, segundo declarou Berezovski a jornalistas.
O interrogatório teve a duração de quatro horas e enquadrou-se no âmbito da investigação sobre o caso do ex-espião russo Alexandre Litvinenko, que morreu em 2006 na Grã-Bretanha por envenenamento.
A Procuradoria russa , que abriu em Dezembro o seu próprio inquérito à morte de Litvinenko, pediu autorização para interrogar mais de uma centena de testemunhas na Grã-Bretanha, entre as quais os foragidos da Justiça russa o multimilionário Boris Berezovski e o emissário checheno Akhmed Zakaiev.
«Tudo se passou nas condições que eu próprio tinha fixado, nas instalações da Scotland Yard, e os investigadores do foram previamente revistados para ver se tinham consigo armas ou veneno e toda a entrevista foi gravada», precisou Berezovski.
«As perguntas foram escritas pelos investigadores russos mas feitas por agentes da Scotland Yard», afirmou Berezovski, que acusou as autoridades russas de levantarem obstáculos ao inquérito aberto pela parte britânica sobre o assassínio do seu amigo Litvinenko.
Alexandre Litvinenko, um antigo agente russo, morreu a 23 de Novembro num hospital londrino na sequência de um envenenamento com polónio 210, uma substância altamente radioactiva e raríssima, desencadeando tensões entre Moscovo e Londres.
Os familiares de Litvinenko e Berezovski acusaram então o Kremlin de estar por detrás da morte do antigo agente russo, o que as autoridades russas desmentiram firmemente.
Os investigadores russos interrogaram longamente o multimilionário sobre as suas contas bancárias, as da sua família e amigos e as empresas que Litvinenko dirigiu.
«Não compreendo os motivos que os levaram a querer conhecer as minhas contas bancárias e quais as empresas que Litvinenko possuía, algo que me parece não ter qualquer relação com o assassínio», observou Boris Berezovski após o interrogatório.
Os investigadores pediram-lhe igualmente que justificasse porque acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de ter ordenado o envenenamento de Litvinenko.
Berezovki, eminência parda do ex-presidente russo Boris Ieltsine, obteve asilo político no Reino Unido em 2003. Moscovo pediu a sua extradição, o que Londres recusou por várias vezes.
O multimilionário russo tinha-se disponibilizado, se a sua segurança fosse garantida, para falar aos investigadores russos na esperança de que a sua colaboração permitisse fazer avançar o inquérito da Scotland Yard.
Fonte Diário Digital
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