O patriarca de Moscovo e toda a Rússia Alexi Segundo declarou que os iniciadores da discussão ampla e alvoroço em torno da carta do bispo Diomid , chefe da diocese ortodoxa de Anadir e Tchukotka, no Extremo Oriente russo, são aqueles que são contra a reunificação das duas Igrejas ortodoxas russas do Esterior e Russa, escreve Ria Novosti.
O bispo Diomid publicou ontem (05) uma carta onde acusa a direcção da Igreja Ortodoxa Russa (IOR) de subserviência em relação ao poder político, à globalização e ao G-8, apelando aos fiéis a pedir perdão a Deus pelos pecados dos sacerdotes.
Na carta, intitulada Apelo a todos os filhos fiéis da Santa Igreja Ortodoxa, o bispo acusa os sacerdotes ortodoxos de rezarem em conjunto com os heréticos, seguidores do ecumenismo, estarem de acordo com a política antipopular do regime existente e de se sujeitarem a ele em prejuízo da liberdade espiritual.
O bispo Diomid condena o facto de a Igreja Ortodoxa Russa ter aceite a imposição do número de identificação fiscal e de ter relações com o G-8, que considera um órgão do governo maçónico mundial, que prepara a vinda do líder mundial único, ou seja, do anti-Cristo.
Depois de condenar os contactos com esses representantes de satanãs, o bispo acusa os dirigentes da sua igreja de apoiarem a democracia .
Além disso, o hierarca ortodoxo também está descontente com a cooperação com os inimigos de Cristo.
Nao consideramos ter um Deus comum com os judeus, muçulmanos e outras religiões e doutrinas assinala ele ao comentar o teor de um comunicado aprovado numa reunião de dirigentes religiosos da Rússia, recentemente realizada.
Estamos preocupados e não estamos de acordo com a violação do princípio comunitário provocada pela longa ausência de convocação de um Concílio Universal escreve Diomid depois de sublinhar a necessidade de discussão dos problemas colocados num Concílio Universal da Igreja Ortodoxa Russa.
Esta carta, assinada também por mais cinco hierarcas ortodoxos, está a ser difundida através da internet e já chegou às mãos de Alexis II, Patriarca de Moscovo e de toda a Rússia.
Vejo no conteúdo da carta falta de informação e ignorância, porque todas as questões aí colocadas são discutidas há muitos anos na IOR, incluindo o problema do número de identificação fiscal- comentou Vladimir Viguilianski, porta-voz da Igreja Ortodoxa Russa, acrescentando: considero que há forças que lutam sempre contra a união da Igreja e utilizam estes casos para dividi-la.
Esta carta foi publicada na véspera da assinatura da Acta de Reunificação da IOR e da Igreja Ortodoxa Russa no Estrangeiro (IORE), marcada para o próximo 17 de Maio.
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