O presidente Vladimir Putin declarou no domingo (21) na conferência de imprensa após um encontro com chanceler alemã Angela Merquel em Sochi que o seu país deseja manter-se como parceiro fiável no domínio da energia e que, neste contexto, vai expandir a rede de vias alternativas de transporte.
"Vamos acelerar o nosso trabalho de construção de pipelines para a costa do Pacífico. Vamos expandir a possibilidade de transpiorte de hidrocarbonetos para Norte, incluindo o Nordeste da Rússia, para reduzirmos a nossa dependência em relação aos países vizinhos", disse Putin .
O dirigente russo insistiu na necessidade para a Rússia de "entregar directamente" os seus hidrocarbonetos aos consumidores. Recorda-se o recente conflito entre a Rússia e a Bielorússia (país de trânsito para o petróleo russo), que, durante três dias, privou de abastecimento cinco países da União Europeia (UE), nomeadamente a Alemanha e a Polónia.
Outra questão a ser discutida foi o problema de status de Kosovo , a província sérvia onde a maioria da população são os albaneses étnicos. Putin, disse que seu país só apoiará as propostas internacionais para o status final de Kosovo se isso for aceitável para ambos os lados.
"A Rússia acha inaceitável impor de fora uma decisão sobre o status de Kosovo. Uma solução a longo termo do problema pode ser alcançada apenas se ela agradar tanto a Belgrado quanto a Pristina", disse Putin em uma entrevista coletiva após o encontro.
"Achamos que não é do interesse da Europa que um dos lados, vamos dizer Belgrado, seja obrigado a aceitar uma solução que seria aviltante para o povo sérvio."
A Rússia, historicamente uma aliada da Sérvia, deve desempenhar um papel importante no futuro de Kosovo porque pode usar seu poder de veto no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas para bloquear qualquer proposta sobre o status da província.
Até agora Moscou vem apoiando a rejeição de Belgrado a propostas para dar independência a Kosovo, dizendo que isso poderia estabelecer um perigoso precedente para outras regiões separatistas, como a Abkhazia e a Ossétia do Sul, na Geórgia, e a Transdniestria, na Moldávia.
Merkel disse que não quer que os esforços para solucionar o status de Kosovo, minem a estabilidade na Sérvia. Ela também disse querer que Kosovo desfrute do progresso como a Bósnia, a Eslovênia e a Macedônia.
"Gostaríamos que o que esses países conseguiram, Kosovo também consiga, mas não se o resultado disso for uma desestabilização completa da Sérvia", disse Merkel.
"Temos que proceder de forma inteligente -- isso também é do interesse da União Européia", completou.
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