Estes dias a Rússia comemora o 65º aniversário do início da contra-ofensiva das tropas soviéticas nos arredores de Moscou, na Grande Guerra Patriótica. Assim chamam os russos a guerra no seu território que faz parte principal da Segunda Guerra Mundial .
Em outubro de 1941 a situação era crítica, com os nazistas às portas de Moscou. Mesmo assim, Stalin e o governo permaneceram em Moscou e participaram das comemorações do 24º aniversário da revolução socialista de outubro na Praça Vrmelha. Os soldados a ter participado na Parada logo depois foram enviados para a Fronte. Os russos perderam na batalha de Moscou cerca de 3 milhões devidas.
Nestes dias aflitos para o povo soviético o famoso escritor russo Konstantin Simonov (1915-1979) , conhecido no mundo como autor do romance "Vivos e Mortos", escreveu o poema Espera-me, uma das obras mais conhecidas e amadas na Rússia dedicadas a Grande Guerra Patriótica. Este poema os soldados russos sabem de cor e muitos dos veteranos dizem mesmo ele assegurou a vitória da Rússia na Guerra.
ESPERA-ME
I
Espera-me, hei-de voltar,
Espera com calma,
Quando a chuva se espalhar
Em tristezas de alma.
Espera-me no Verão,
No Inverno gelado,
Quando para os outros não
Sou mais que passado
Espera, se em dada hora
Não te chegam cartas
E as pessoas da demora
Já se mostram fartas.
II
Espera-me, hei-de voltar.
Recusa-te a crer.
Naqueles que vêm contar
Que é bom esquecer.
Que creiam o filho e a mãe
Que me fui na morte
E que os amigos também
Chorem minha sorte,
Bebendo a matéria espessa
Do seu vinho reles.
Espera, não tenhas pressa
De beber com eles.
III
Espera-me, hei-de voltar
Da morte mais leve,
E os outros de se espantar:
"Que sorte que teve!"
Quem por mim não esperou
Não pode entender
Que a tua fé me salvou
De no fogo arder.
Se vivo e graças a quem,
Não vamos contar.
É que só tu, mais ninguém,
Soubeste esperar.
Tradução de José Sampaio Marinho,
Com Darussia
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