A Rússia não tem a intenção de fornecer seus recursos energéticos à Europa sem serem conciderados os próprios interesses , este foi o sentido do discurso do presidente russo Vladimir Putin, na comitiva da imprensa após terminar a Cimeira da UE.
Nós não estamos contra os priníipios da Carta Energética , mas acreditamos que algumas teses desse documento devem ser reexaminadas ou deve ser elaborado um novo documento na base de mesmos princípios . A cooperação deve assentar nos princípios de previsibilidade e estabilidade dos mercados e, também, na responsabilidade recíproca de produtores e consumidores. Não tenho dúvidas que encontraremos a solução do problema, disse Putin. Salientou, ainda, que a Rússia é mais dependente dos consumidores do que os consumidores o são da Rússia. Assim, 67 % da exportação do gáz russo pertence a UE.
As preocupações da UE com a questão energética têm-se adensado desde janeiro deste ano, quando, devido a uma questão relacionada com pagamentos, os russos fecharam, temporariamente, a torneira à Ucrânia, situação que chegou a afectar países da UE. Mas tornaram-se ainda maiores nos tempos mais recentes com ameaças à participação de companhias estrangeiras na exploração de jazidas ao largo da ilha de Sakhalina, por Moscovo querer aumentar o peso da participação russa nesse gigantesco projecto.
Putin explicou que a Rússia exige que sejam cumpridas as condições dos acordos firmados com companhias extrangeiras. Segundo acordo com Shell , por exemplo, na construção da plataforma Sakhalin II, a percentagem dos empregados da cidadania russa nos trabalhos de construção deve constituir 70%, agora não atinge 50%. Alem disso, a Shell duplicou o investimento necessário para desenvolver o projeto. Isto significa para Rússia ter de esperar um tempo consideravel antes de receber sua parte dos lucros.
Para UE , importa conseguir uma abertura dos mercados e um acesso não discriminatório à rede de distribuição. Aí reside um dos pontos em que o acordo com a Rússia parece mais difícil, pois, se a UE tem vindo a contestar o monopólio da Gazprom na gestão dos gosodutos russos, Moscovo entende que a colossal empresa não pode estar circunscrita ao papel de fornecedor, devendo poder participar em toda a rede europeia de gás.
Enterrogado sobre as relações da Rússia com a Geórgia, Putim afirmou que se poderia "estar a caminhar para um banho de sangue porque o governo da Geórgia pretende recuperar a soberania da Abecázia e da Ossétia do Sul pela força das armas". E que afinal "o problema não são as relações entre a Rússia e a Geórgia mas as relações entre a Geórgia e as repúblicas separatistas".
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