Revogabilidade

A constatação ainda vigora. Na maioria dos sistemas democráticos o povo é usado apenas para representar o grande jogo da enganação.

Na hora da eleição o povo escolhe. Depois obedece e engole a demo ditadura. O povo é manipulado conforme o desejo dos seus mandantes.

É possível revogar o mandato de Bush? E Blair? E Berlusconi? Sem resposta. O dono do poder pode mentir, corromper, manobrar, dominar, comprar mentes e corações, reinar.

Se o dono do mundo usa a mídia para amedrontar seu povo alegando ameaças de terror, e como conseqüência, invade e ocupa países com alguma possibilidade de perigo, sustentado em mentiras e mais mentiras, não faz a menor diferença. Não importa se extermina vidas inocentes, não importa se destrói patrimônios culturais, não importa se rasga acordos e legislações.

A democracia tem sido totalitária. Compra, influencia, força, manobra para que as decisões sejam convenientes aos seus interesses. E o povo, de cabeça baixa, subjugado, escravizado, diz amém. Segue como boiada para onde o executivo ordenar.

Todo e qualquer mandato deve ser revogável pelos mesmos eleitores a qualquer momento. O alicerce da democracia verdadeira é a responsabilidade e a revogabilidade. O eleito mantém sua liderança em função da sua capacidade em melhorar perceptivelmente a qualidade de vida da comunidade gerida.

Qualquer time de futebol funciona assim. Todo técnico sabe que a manutenção de seu cargo depende dos resultados alcançados.

O raciocínio exposto parece contemporâneo. Não é. Marx e Engels trataram do tema na obra Sobre a Comuna de 1871.

A revogabilidade é inconveniente. Atrapalha o poder. Os líderes temem a transparência, a verdade, a dedicação desinteressada ao crescimento do povo.

A referência é flagrante. No Iraque e Afeganistão, os norte-americanos e seus aliados prendem qualquer suspeito sem qualquer direito de defesa. Torturam, humilham, corrompem. O absurdo é que se orgulham em praticar a democracia e respeitar os direitos humanos.

A democracia é usada como panacéia. Permite a barbárie. No caso da energia nuclear para fins militares funciona da mesma forma. Os norte-americanos fabricam artefatos poderosos de terceira geração sem qualquer controle e supervisão. O resto do mundo pode assistir de braços cruzados. Por isso, podem ocupar, invadir, tomar as riquezas, destruir suas mulheres, crianças, idosos, sem qualquer problema. É um espetáculo.

Orquiza, José Roberto escritor [email protected]

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