Morte do Presidente Chavez: a CIA, a DEA e um traidor

Quem fora chefe da guarda presidencial do falecido mandatário Hugo Chávez, Leamsy Villafaña Salazar, após a morte do presidente Chávez esteve 13 meses em negociações com a DEA estadunidense planejando sua fuga. Com a desculpa de passar a lua de mel com sua segunda esposa na República Dominicana, viajaram a Santo Domingo e, uma vez ali, de repente voaram para a Espanha, onde um avião da DEA os recolheu até sua nova residência nos EUA, onde vive sob a proteção das autoridades estadunidenses. Por quantas moedas terá este novo Judas vendido ao Comandante? Talvez este Judas moderno não saiba que o traidor por excelência, o Judas bíblico, não pôde suportar o peso da culpa e se suicidou enforcando-se numa árvore que crescia num lixão dos arredores de Jerusalém, no vale de Hinom. MM

Chávez, assassinado pelo chefe de sua guarda? EUA tratam de cobrir suas marcas no caso

Atualmente o ex-guarda de Chávez se encontra nos EUA sob proteção federal e dá depoimentos numa ampla gama de temas que implicam a várias figuras do Governo venezuelano.

A advogada, escritora e pesquisadora Eva Golinger tem questionado repetidamente as circunstâncias suspeitosas que cercam a morte do ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "A enfermidade cancerosa da qual Chávez sofreu foi inusitadamente agressiva e suspeitosa, e a cada dia se converte mais numa evidência de que é possível que Chávez foi assassinado", escreve Golinger em seu blog para RT. "Tudo o que Washington estava tratando de conseguir durante o governo de Hugo Chávez hoje em dia se está realizando em sua ausência", acrescenta, referindo-se aos possíveis autores da morte do líder bolivariano.

A jornalista também presta atenção a uma das pessoas mais próximas de Chávez, o chefe da guarda presidencial, Leamsy Villafaña Salazar, e seus possíveis vínculos com a morte do ex-mandatário, que se tornam mais e mais evidente com o "simples fato de saber que um de seus auxiliares mais próximos durante anos, quem esteve a sós com ele e quem lhe levava sua comida, seu café, sua água, hoje é uma testemunha protegida nos Estados Unidos". "As ações ocultas de Leamsy Salazar e sua íntima colaboração com as agências de inteligência de Washington em breve se darão a conhecer", afirma a pesquisadora.

Enquanto isso, em seu artigo para a Fundação da Cultura Estratégica, o jornalista e escritor Nil Nikandrov adentrou no tema da relação entre a inteligência estadunidense e o ex-guarda de alto escalão venezuelano e seu papel na morte de Chávez.

 

Dados escassos sobre a vida e o serviço do ex-guarda

O jornalista assinala que o nome do chefe da guarda de Hugo Chávez foi raras vezes mencionado nos meios de comunicação, enquanto o presidente estava vivo. Devido à natureza de seu trabalho, Leamsy Villafaña Salazar evitava a publicidade, não lhe agradava ser fotografado e sempre tratava de permanecer nas sombras. Chávez o considerava um agente confiável, incorruptível e um oficial bolivariano profissionalmente treinado.

Por estranho que pareça, se sabe muito pouco acerca da figura de Salazar, e os dados em sua maioria provêm das fontes estadunidenses. De acordo com elas, o ex-militar nasceu em 1974 na capital venezuelana. Depois do curso secundário ingressou na academia naval, de onde se graduou em 1998. Em 1999, Salazar foi eleito para ser um guarda de honra presidencial; depois Salazar se converteu num assistente pessoal de Chávez. Após o intento do golpe de Estado de 2002, Salazar foi inesperadamente mandado a uma base naval na província de Punto Fijo [Estado Falcón], porém em 2006 Chávez ordenou seu regresso a suas antigas funções na equipe de segurança.

Após a morte de Chávez, Salazar proporcionava segurança ao presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello. Não obstante, o debate sobre as causas da morte do ex-mandatário e sobre os personagens que poderiam estar envolvidos no caso fizeram Cabello duvidar de sua pessoa e pedir ao ministro de Defesa para transferi-lo a outro posto.

 

A fuga para os EUA

Em algum momento durante este período Salazar se casou com sua segunda esposa, Anabel Linares Leal, graduada na academia militar do país. Durante um tempo Anabel trabalhou com as contas financeiras das Forças Armadas de Venezuela no Banco Bicentenário, que sugere que ela tinha acesso a informação secreta sobre as compras de armas no estrangeiro. Os recém-casados solicitaram às autoridades venezuelanas a permissão para viajar à República Dominicana para sua lua de mel. Não obstante, da capital dominicana, Santo Domingo, o casal, de improviso, se dirigiu para a Espanha, de onde um avião especial que pertence à Administração estadunidense para o Controle de Drogas [DEA] levou Salazar e sua família para os EUA.

Narrando a história de Salazar, os meios de comunicação internacionais, por sua parte, asseguram que, enquanto Chávez estava vivo, ele foi um fiel "comprometido bolivariano", porém, depois de sua morte, Salazar havia decidido romper com o "regime", pelo que tinha levado a cabo negociações secretas com a DEA durante 13 meses, não só para organizar sua fuga como também para obter certas promessas relacionadas a sua segurança, assim como a de sua esposa e filhos. Cabe assinalar que nenhuma fonte menciona a participação da CIA no caso, só a da DEA. A razão disso, de acordo com Nikandrov, é muito clara: a CIA é uma agência de espionagem, e qualquer indicador de possíveis laços secretos de muitos anos com este "escritório de sicários" poderia pôr em perigo a vida de Salazar, sabendo que o Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional [SEBIN] investigaria a possibilidade de sua participação no assassinato de Chávez.

 

Colaboração com a inteligência dos EUA

Agora o casal vive nos EUA sob proteção federal e dá depoimentos numa ampla gama de temas, principalmente na suposta "participação" de várias figuras do governo bolivariano no tráfico de drogas, incluídos os líderes militares. O jornalista assinala que, muito antes de Salazar realizar sua fuga para a Venezuela, as agências de inteligência estadunidenses tinham começado a plantar informação falsa nos meios de comunicação acerca da existência de um denominado Cartel de los Soles, que supostamente era dirigido por Diosdado Cabello e um grupo de generais venezuelanos. O político, por sua parte, foi comprometido como medida preventiva, já que as agências de inteligência estadunidenses o viram como o mais provável sucessor de Chávez. Assim, imediatamente depois de sua fuga, Salazar foi recrutado nesta campanha de difamação contra Cabello.

Enquanto isso, os meios de comunicação estadunidenses fazem todo o possível para ignorar as perguntas que inevitavelmente surgem acerca da participação de Salazar nos preparativos para o assassinato de Chávez, afirmando que não pode haver nenhuma dúvida de que foi um fiel servidor da República Bolivariana e idolatrava Chávez até que se informou dos supostos vínculos dos altos cargos do país com o tráfico de drogas.

No entanto, a investigação realizada pelo SEBIN apresenta dúvidas da 'retidão impecável' de Salazar. Inclusive sua mãe admitiu que o trabalho na guarda presidencial pesava sobre ele, porém seu filho não tinha nenhuma pressa em distanciar-se de Chávez, porque o principal empregador de Salazar era outra pessoa que insistiu estritamente em continuar exercendo suas funções.

 

Intentos dos EUA para cobrir as marcas

O experto assinala que o 'rumor' dos informes nos meios de comunicação pró estadunidenses sobre "tráfico de drogas" dos líderes da Venezuela se faz cada vez mais forte. De acordo com Nikandrov, o plano idealizado pela inteligência dos EUA é claramente evidente: distrair a opinião pública mundial do fato de que Salazar é o candidato mais provável para ter matado Chávez. Enquanto isso, as agências oficiais [e não oficiais] em Venezuela estão coletando evidência das atividades criminosas de Salazar, seus encontros clandestinos com representantes da CIA e da DEA, e a possibilidade de que ele deu a informação aos estadunidenses sobre os itinerários de viagens do presidente, assim como o material biológico que pertencia a Chávez.

Os estadunidenses, por sua parte, estão fazendo todo o possível para impedir este trabalho, assegura Nikandrov. Assim, por exemplo, o escritório da CIA em Madri [Espanha] fabricou um escândalo que rodeia o pessoal do Escritório do Adido de Defesa da Venezuela, acusando-o de espionagem a membros da oposição. Porém, certamente, de acordo com o jornalista, seu problema real é muito diferente: a ameaça de revelações escabrosas sobre o assassinato de Chávez.

Enquanto isso, as autoridades venezuelanas decidiram oferecer uma recompensa econômica para qualquer informação específica acerca das pessoas que poderiam ter coordenado e executado o assassinato do ex-líder bolivariano.

 

Por Montserrat Mestre / Resumen Latinoamericano / 20/03/2016 .-  

Tradução: Joaquim Lisboa Neto

 

 

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