O fato ocorrido no Rio, por todos conhecido e lastimado, era tido como crime praticado por loucos, gente marginal.
Sou um estudioso da Criminologia, a ciência mais autorizada para falar neste assunto. Não cito nomes, conferências, doutores e tudo o mais que gostam de apresentar. Vou direto às conclusões hoje unanimemente aceitas, sem discordâncias.
O tipo criminoso sempre possui três características fundamentais: tem certeza de que a sociedade não gosta dele; quer vingança por este motivo, matando muitos e finalmente, deseja ser conhecido e divulgado.
As duas primeiras anomalias só são conhecidas após a matança. Mas a terceira pode ser evitada. Basta que a mídia, ávida por publicar em mostrar tudo faz um estardalhaço tremendo. Entrevista amigos do assassino, parentes, professores. Ou seja, encarrega-se de cumprir o último desejo destes desajustados sociais e mentais.
Conclusão: o dia que for noticiado secamente o fato, sem análises nos jornais e redes de televisão, o futuro desencontrado psíquico perde sua vontade de cometer o crime. Se ele não vai ser reconhecido, fica faltando um item indispensável. E ele desiste da idéia.
Mas é mais fácil tratar de um paciente destes do que convencer os jornalistas que eles estão errados. Esta última hipótese é impossível de acontecer.
Portanto, que ninguém se assuste. Vem outra matança por aí, como nos Estados Unidos.
Jorge Cortás Sader Filho é escritor
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