A mídia nesta eleição vista por Gilberto Maringoni

Apesar das várias transformações democratizantes ocorridas no Brasil nas últimas três décadas, o relacionamento dos meios de comunicação com a sociedade – especialmente, com os mais pobres – não mudou. Em alguns casos, piorou.

Antidemocrática, elitista e unilateral, a grande mídia brasileira é danosa para a democracia. Abrir espaço para vozes discordantes é essencial para a construção de um projeto nacional de desenvolvimento que desconcentre renda e propriedade.

A grande mídia é composta por corporações, cujos investimentos alcançam a casa do bilhão de reais. Nenhuma empresa, entidade ou indivíduo em atividade no setor e que se coloca como alternativo tem escala ou potencial para fazer frente aos interesses e montantes em jogo.

Há apenas um único ente com porte e capacidade para realizar este enfrentamento. Trata-se do Estado. Este tem condições de impor limites legais à formação de monopólios, outorgar e suspender concessões públicas e de produzir uma comunicação democrática e de qualidade, sem se vincular a interesses comerciais imediatos.

Um bom começo é colocar em prática as deliberações da I Conferência Nacional de Comunicação. Foi uma feliz comunhão do Estado e de vários setores da sociedade em busca de uma comunicação democrática aberta, plural e menos carregada de interesses privados.

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