A história da morte de Virgínia Melo, 45 anos, é contada pelo cunhado, Acácio Melo. Virgínia saiu de casa já na madrugada de sábado (1.30 horas), para acompanhar a filha de uma amiga, que tinha uma dor no peito, aos HUC (Hospitais da Universidade de Coimbra). Um acto de amizade e solidariedade que acabaria por ser fatal. Foi agredida por um homem e acabaria por morrer na sequência de uma paragem cardiorrespiratória.
O óbito foi declarado por volta das 9 horas de anteontem.
Acácio conta que Gina se encontrava na sala de espera com a amiga, aguardando os resultados dos exames que estavam a ser feitos à jovem que se sentiu mal. Por volta das 5.30 horas, um homem que "apresentava sinais de estar alcoolizado ou drogado" entrou na sala de espera e, fazendo intenções de dormir nos bancos, desligou a televisão que ali se encontrava e deitou-se. "Elas estavam as duas a conversar e até comentaram que aquilo parecia um hotel", conta Acácio, adiantando ter havido uma troca de palavras entre a sua cunhada e o indivíduo.
Importunada, a amiga de Virgínia decidiu chamar o segurança do hospital, que habitualmente se encontra junto do serviço de urgências. "Ele mandou-o calar e foi-se embora", afirma Acácio, revelando que logo a seguir o indivíduo começou a agredir a cunhada "com pontapés e murros na barriga e nos órgãos genitais".
O segurança foi novamente chamado e desta vez alertou a PSP. Os agentes identificaram o homem, que terá 40 anos, e reside em S. Martinho do Bispo. Depois "mandaram-no embora".
Virgínia começou a sentir-se mal, desmaiou e foi assistida de imediato. "Ainda falou com os médicos, mas depois morreu", conta o cunhado que não se conforma. "Alguém tem de ser responsabilizado pelo sucedido e não é só o agressor", afirmou. "Para ela ter morrido é porque a agressão foi violenta", sustenta, garantindo que Virgínia "não tinha qualquer doença, nem sofria de nada". "Era uma pessoa bastante saudável", conclui.
Virgínia Melo era casada e tinha dois filhos, um deles o mágico Tiago Melo. Segundo Jornal de Notícias a autópsia, realizada ontem, foi acompanhada por elementos da Brigada de Homicídios da Directoria de Coimbra da Polícia Judiciária (PJ). Mas o resultado, segundo fonte próxima do processo, não estabelece para já, assim como também não exclui, esse nexo causal entre a agressão, às 6 horas, e a morte, às 9 horas.
Perante este resultado inconclusivo, os peritos médico-legais requereram a realização de exames laboratoriais complementares. Entretanto, a PJ continua a investigar se há ou não elementos que permitam estabelecer essa relação causal.
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