As novas tecnologias a serviço do jornalismo são necessárias e imprescindíveis, mas suscitam debates em torno da substituição do homem pela máquina e assusta aos profissionais que estão estabelecidos no mercado. Apesar da aparente novidade, a convergência midiática, no entanto, já acontece há muito tempo. O tema foi debatido na Faculdade Social no último dia 20, em Salvador.
O jornal impresso incluiu a fotografia e hoje tem versões para internet e outros suportes. A tecnologia criou a descentralização da produção, "pois em tese qualquer pessoa com um celular ou uma câmera de vídeo pode gerar notícias", disse a jornalista Leila Pinheiro, "mas a seleção e publicação precisa ser feita por um profissional habilitado", completou ela. "O desafio para o repórter é criar uma narrativa adequada a cada suporte", concluiu Leila.
A convivência da TV, do rádio e do jornal em um único suporte, a internet, é um problema a ser resolvido, já que "cada suporte tem um formato peculiar", como afirmou Marcelo Freire, mestrando em Comunicação e Culturas Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia. O mercado de trabalho se torna mais competitivo, pois a tecnologia dá mobilidade e permite multi-funcionalidade aos profissionais da comunicação, na opinião de Fernando Firmino. "O repórter passa a trabalhar para 'marcas' e não mais para veículos em particular", opina Fernando, sinalizando para o surgimento de novas funções no jornalismo.
A convergência midiática não é apenas a transposição do formato de um veículo para outro. "A questão da linguagem é peculiar em cada suporte", afirmou Marcelo Freire. "A nova função do jornalista é dar sentido ao que publicar na web", avalia, "e criar mecanismos para fidelizar o internauta", conclui.
Valdeck Almeida de Jesus
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