Duas cirurgias de transplante depois de 9 meses de espera

 Nélio Alexandre , de 2 anos,  recebeu a coração de Gustavo de 8 anos , e foi graças ao coração doado pelo menino que o pequeno paciente saiu da longa fila de espera pelo órgão e agora pode voltar a brincar, sem medo dos batimentos cardíacos acelerados, segundo O Estado de Sao Paulo. 

O transplante infantil foi realizado depois que o maior instituto de cardiologia de São Paulo amargou nove meses sem o registro de uma única doação de coração para crianças. E em menos de 12 horas, mais um sopro de esperança agraciou o Incor. Além de Nélio, a garotinha Giovana, de 6 anos, foi beneficiada com um coração doado por uma adolescente de 12 anos, que estava internada há uma semana na Santa Casa e não conseguiu sobreviver ao traumatismo craniano.

"De janeiro até setembro, perdemos sete crianças, todas menores de 10 anos que não resistiram à espera de um órgão compatível", lamenta o diretor do Setor de Transplante Infantil do Incor, Miguel Barbero Marcial. "Além da falta de doações, o coração, diferentemente do fígado, rim e outros órgãos, é mais sensível e precisa de um transporte, notificação e atendimento imediato, o que dificulta a doação."

A salvação de Nélio, por exemplo, resultou da generosidade instantânea dos pais de Gustavo, que superou inclusive a dor de uma morte trágica. Em uma brincadeira de pegar carona com a bicicleta no pára-choque do ônibus, o menino caiu e entrou em coma. A notícia da morte cerebral veio na última sexta-feira, às 22h. Apenas quatro horas depois, o que era só tristeza virou alegria de uma outra família. O coração doado chegou ao Nélio, após ele ficar quase um ano internado em estado grave.

Giovana esperava há dois meses por um órgão compatível. E ele finalmente apareceu às 9h de ontem, com a doação de uma adolescente. A cirurgia trouxe de volta o sonho da menina de ser uma jogadora de vôlei. Os dois pacientes pequeninos, que deixaram de fazer parte da fila de espera do transplante, agora estão se recuperando da operação. Os pais dos meninos são só felicidade. "E também gratidão", completa a mãe de Giovana, Mônica Rodrigues Silva, 39 anos.

"Quando o desespero bate, a gente teima em perder a fé. Mas não podemos nunca perder a esperança de que bondade dos outros existe", falou o pai da menina, Rildo de Paula, 42 anos. "Eu sei que a decisão de doar não é fácil. Mas, do fundo da minha alma, eu digo que os pais do menino que deram o coraçãozinho dele ao meu Nélio são verdadeiros anjos. Eu sempre vou orar por eles", falou Maria Oneide.

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