"IZVESTIA"
"Para mim, os interesses do meu país estão em primeiro lugar. Em nenhum caso a orientação ocidental da Geórgia ou a vontade de construir uma civilização verdadeiramente ocidental significa que tal será feito em detrimento dos interesses legítimos da Rússia", - disse a Presidente interina da Geórgia, Nino Burdjanadze, numa entrevista publicada na edição de hoje do "Izvestia".
"Sim, estamos orientados para o Ocidente. Mas, perdoem-me, para onde está orientada a Rússia? Quando a Rússia diz que para ela é muito importante desenvolver ao máximo as suas relações com a NATO e que é necessário aderir ao Acordo de Schengen - não se trata do Ocidente?! Alguns políticos russos não conseguem renunciar às ambições imperiais. A Rússia pode e deve fazer amizade com o Ocidente mas a Geórgia - não. Ou então a Geórgia pode, mas só através de Moscovo. Por que devo ir para União Europeia obrigatoriamente através de Moscovo se existem outras vias?
A Rússia tem interesse que a Geórgia seja una, unida e civilizada. Também é do interesse da Geórgia que a Rússia seja una, civilizada e democrática.
O nosso objectivo é entrar na NATO, na União Europeia e integrarmo-nos ao máximo em outras estruturas europeias. O nosso objectivo é desenvolver com a Rússia relações de boa vizinhança, mutuamente vantajosas e assentes no respeito recíproco", - declarou Nino Burdjanadze.
"NEZAVISSIMAIA GAZETA"
Em Moscovo terminaram as conversações entre os dirigentes das duas antigas regiões autónomas georgianas - Abkházia, Ossétia do Sul e da República Autónoma da Adjária, que continua a fazer parte da Geórgia, com os representantes da direcção russa. Segundo uma fonte do jornal no MNE, nas consultas em Moscovo foram discutidas as possibilidades de constituição de um Estado federativo na Geórgia, assim como as perspectivas da adesão da Abkházia e Ossétia do Sul à Federação Russa. O primeiro-ministro da Abkházia, Raul Khadzhimba falou em entrevista ao NG sobre as futuras relações entre Sukhumi e Tbilissi:
"A nossa visita a Moscovo esteve ligada aos problemas que surgiram na esfera sócio-económica na Abkházia. Naturalmente, foi abordada também a situação na Geórgia. Lembre-se que, logo depois dos acontecimentos de Novembro em Tbilissi, Sukhumi declarou oficialmente estar disposta a continuar o processo negocial com a Geórgia. A Rússia é uma das partes neste processo e a sua posição é importante para manter o processo negocial com Tbilissi. Continuamos a manifestar-nos pela regularização pacífica do conflito georgiano-abkhaze".
Pergunta do NG: "Já não é o primeiro ano que Sukhumi coloca perante Moscovo a questão sobre a entrada da Abkházia na Federação Russa na qualidade de membro associado. Continua a manter esta posição?
Resposta: "Sim, a nossa posição continua inalterável. Aspiramos à máxima aproximação à Rússia e mantemos esta via".
"VEDOMOSTI"
Parece que a "transacção do século", a fusão entre o gigante petrolífero russo "Yukos" e a "Sibneft", pode vir a ser cancelada - escreve o jornal. De repente, os accionistas da "Sibneft" anunciaram a suspensão da fusão. Fontes bem informadas dizem que a causa do conflito foi a renúncia da "Yukos" a partilhar a gestão do consórcio com os gestores da "Sibneft". Sem citar fontes, o britânico "The Sunday Telegraph", divulgou no domingo último que há duas semanas Roman Abramovitch, antigo proprietário da "Sibneft", se avistou com o Presidente Vladimir Putin, tendo este aprovado a ideia da passagem da gestão da "Yukos" para outras mãos. O "Vedomosti" não conseguiu confirmar a veracidade desta informação junto do Gabinete do Presidente. Todavia, ainda antes fontes próximas da Presidência haviam exposto ao diário a mesma versão.
A "Sibneft" declarou à agência "Reuters" que "a suspensão da fusão diz estritamente respeito às relações económicas entre os accionistas e nada tem a ver com a situação política - informa o "Vedomosti".
"GAZETA"
A cotação do dólar continua em queda, tendo alcançado novo recorde. Na bolsa de Londres o valor da moeda americana em relação ao euro chegou ao nível mais baixo - 1,20 dólares por um euro - escreve o periódico. Os analistas dizem que a causa deste fenómeno tem a ver com o défice da balança comercial dos Estados Unidos. Nos próximos meses a moeda norte-americana poderá bater mais recordes de queda, chegando aos 1,25 dólares por um euro. Para os russos, os depósitos mais vantajosos continuam a ser em rublos, assinala o diário.
O Banco Central da Rússia, da mesma forma que o Banco Europeu - continua o "Gazeta", - não se mostra interessado numa excessiva consolidação da moeda nacional, porque isso pode prejudicar sensivelmente os exportadores. Enquanto as cotações do euro e do dólar continuam flutuantes, o rublo apresenta-se como o meio mais seguro de poupança. "Em função da flutuação irregular, os rendimentos dos depósitos em moeda estrangeira poderão resultar até mesmo negativos - comunicou ao jornal uma fonte dos círculos bancários. - Ao passo que os depósitos em rublos pelo menos conseguem seguir a taxa de inflação".
"KOMMERSANT"
Hoje é o último dia em que podem ser publicadas sondagens eleitorais e outras pesquisas sociológicas referentes às eleições parlamentares - comunica o jornal na sua edição de segunda-feira. De acordo com os sociólogos - continua o "Kommersant", - nas eleições para a Duma de Estado (câmara baixa do Parlamento russo), marcadas para 7 de Dezembro próximo, pode-se esperar duas surpresas: a diminuição de votos no Partido Comunista e a impossibilidade de o partido "Yabloko", um dos partidos veteranos da Duma, superar a barreira dos cinco por cento necessários para ser representado na câmara baixa.
Os analistas consideram que a tendência desfavorável para o Partido Comunista se deve à activa campanha anticomunista desenvolvida nos meios de comunicação social, que consegue inculcar dúvidas e hesitações na mente dos adeptos deste partido. Quanto a Grigori Yavlinski e ao seu partido, estes mantêm-se no perigoso limiar dos 5 por cento e - segundo alguns prognósticos pessimistas - correm o risco de vir a obter apenas 2,5 por cento, o que significa um fracasso estrondoso.
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