Pequenas estocadas quanto às guerras recentes

Adilson Roberto Gonçalves

 

            A Síria se parece com a Polônia: países com história e identidade milenares, mas que quase sempre estiveram no caminho da expansão dos países vizinhos. Ato contínuo à queda da ditadura síria, Israel bombardeia posições militares da Síria, com a finalidade de participar de um novo fatiamento daquele país. Já se fala em nova balcanização, uma nova guerra por território que ajuda a ofuscar as inserções na Ucrânia e na Palestina, só para ficarmos nos conflitos distantes entre si uns 2 mil km.

            Passando pelo período natalino, algumas manifestações de esperança pela paz acontecem, sabendo que são infrutíferas ou hipócritas. Infelizmente essa união judaico-cristã, pregada pelos que veem apenas o conceito monoteísta nas religiões, ignorando o resto, só é possível em povo ainda pacífico em relação às crenças como o nosso e bem distante dos conflitos no Oriente Médio. No mais, a justificativa religiosa esconde os verdadeiros interesses econômicos, territoriais e de poder dos líderes. Em nome de deuses muito sangue ainda jorrará.

            Um avião cai, metade dos passageiros sobrevive, mas a notícia principal é que se trata de uma aeronave da Embraer. Agora as investigações indicam que ele pode ter sido abatido pelos russos. Ou seja, não apenas a polícia metralha veículos no Brasil “sem querer”. Guerra é guerra em qualquer canto, as vítimas é que são diferentes.

 

Adilson Roberto Gonçalves, pesquisador da Unesp – Rio Claro-SP

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